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Ocidentais buscam declaração unitária contra Irã na AIEA, mas não uma resolução

Rafael Mariano Grossi, Diretor Geral da Agência Internacional de Energia Atômica Agência fala durante a reunião do Conselho da Agência de Energia Atômica (AIEA) em Viena, Áustria, em 12 de setembro de 2022 [Aşkın Kıyağan/Agência Anadolu]

Potências ocidentais estão pressionando outros Estados no conselho da agência nuclear da ONU para forçar conjuntamente o Irã a dar à agência as respostas sobre vestígios de urânio encontrados em três locais não declarados, disseram diplomatas nesta terça-feira,segundo a Reuters.

Em sua última reunião trimestral em junho, o Conselho de Governadores de 35 nações da Agência Internacional de Energia Atômica aprovou uma resolução expressando “profunda preocupação” de que os vestígios permaneçam inexplicáveis ​​devido à cooperação insuficiente do Irã e pedindo a Teerã que se envolva com o órgão de vigilância “sem atraso”.

A AIEA, com sede em Viena, diz que não houve progresso e nenhum envolvimento do Irã desde então.

Em vez de aprovar uma nova resolução na reunião do conselho desta semana, os quatro países por trás da resolução de junho – Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha – prepararam uma declaração conjunta reafirmando o apoio a esse texto, esperando que muitos outros países também o assinem.

“Pedimos ao Irã que aja imediatamente para cumprir suas obrigações legais e, sem demora, aceite a oferta do diretor-geral (AIEA) de mais engajamento para esclarecer e resolver todas as questões pendentes de salvaguardas”, diz o texto visto pela Reuters, referindo-se aos anos de investigação da AIEA.

Uma resolução aprovada pelo Conselho de Governadores teria o peso de uma decisão formal do principal órgão de formulação de políticas da AIEA, que se reúne mais de uma vez por ano. Os países que se unem para emitir uma declaração sem apresentar e aprovar uma resolução estão apenas expressando uma opinião.

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A questão das partículas inexplicáveis ​​de urânio se tornou um obstáculo nas negociações mais amplas para reviver o acordo nuclear do Irã com as potências mundiais de 2015, já que Teerã agora busca o encerramento da investigação da AIEA como parte dessas negociações, dizem as potências ocidentais.

Isso prejudicou as negociações para reviver o acordo agora bastante desgastado que restringiu as atividades nucleares do Irã em troca de alívio das sanções ocidentais, disseram as três potências europeias no sábado, expressando sua frustração.

Uma fonte diplomática francesa disse que a França e seus parceiros estão se consultando para ver como responder ao atual impasse e preparar a próxima reunião do conselho da AIEA em novembro.

“Hoje não há negociações ativas”, disse o diplomata, acrescentando que as potências ocidentais ainda não desistiram de encontrar uma solução diplomática.

Em 2018,p  então presidente dos EUA  Donald Trump abandonou o acordo de 2015 e reimpôs sanções dos EUA, estimulando o Irã a começar a violar as restrições nucleares do acordo e reavivando temores de EUA, árabes e israelenses de que o país possa estar tentando desenvolver uma bomba atômica. O Irã nega querer armas nucleares.

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