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‘Israel me deixou deficiente e sem renda’, lamenta cabelereiro palestino

Após perder a perna, o cabelereiro palestino Muwaiya al-Wahidi ficou sem renda; seu local de trabalho teria de passar por uma enorme reforma para acomodar seu retorno

Muawiya al-Wahidi, de 42 anos, foi forçado a deixar de trabalhar como cabelereiro em tempo integral após ser gravemente ferido por um míssil israelense. O ataque da ocupação culminou na amputação de uma de suas pernas.

Em entrevista ao MEMO, Muwaiya recordou ouvir um primeiro míssil acertar um veículo na rua al-Mughrabi, no centro da Cidade de Gaza, em maio de 2021. Amigos e vizinhos feridos pediam socorro. Ao resgatar um amigo ferido para levá-lo a uma farmácia próxima, a vítima escorregou de seus braços e começou a vomitar sangue.

Então, um segundo míssil atingiu a área – ainda mais direto. O amigo de Muwaiya faleceu na hora e o trabalhador palestino foi gravemente ferido. “Disseram a minha família para vir e se despedir porque minha situação era péssima”.

“Sou cabelereiro há 25 anos, mas meu trabalho foi limitado porque uma das minhas pernas teve de ser amputada”. Muawiya passou por diversas cirurgias e terapia para fortalecer sua outra perna, mas ainda não consegue suportar seu próprio peso.

Muawiya tampouco pode buscar tratamento fora da Faixa de Gaza, sob severo bloqueio militar israelense desde 2007, o que lhe impede de adquirir uma prótese adequada para substituir sua perna.

“Tenho de ajudar minha família e voltar ao trabalho”, acrescentou. “Mas o cabelereiro tem de passar por uma série de reformas para suprir minhas necessidades especiais neste momento”.

Muawiya consegue trabalhar apenas algumas horas por semana, o que degradou a subsistência de sua família.

A Faixa de Gaza abriga dois milhões de palestinos sitiados, em situação de miséria, sem liberdade de ir e vir sequer para buscar tratamento médico. Os sucessivos bombardeios israelenses agravam a situação social, econômica e sanitária de Gaza.

Críticos denunciam Israel por perpetuar crimes de guerra e lesa-humanidade, mediante limpeza étnica e punição coletiva contra a população civil.

LEIA: Quantas vezes Gaza deve ser reconstruída, para ser bombardeada novamente?

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