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Ghannouchi, do Ennahda, diz que o fim do golpe na Tunísia é iminente

Rached Ghannouchi, líder do Ennahda em Túnis, Tunísia em 29 de abril de 2022 [Yassine Gaidi/Agência Anadolu]

O chefe do movimento Ennahda da Tunísia, Rached Ghannouchi, disse no domingo que o fim do “golpe contra a legitimidade” é iminente, especialmente após a reaproximação entre todos os partidos do país que consideram “o golpe um perigo iminente”.

“Eu elogio o Sindicato Geral dos Trabalhadores da Tunísia, que se recusou a participar da farsa do diálogo nacional”, disse Ghannouchi.

No sábado, a primeira sessão do “diálogo nacional” solicitado pelo presidente Kais Saied começou em preparação para a realização de um referendo sobre uma nova constituição em 25 de julho do próximo ano, em um esforço para acabar com a crise política no país.

Vários partidos participaram do diálogo, enquanto forças políticas e sociais como a União Geral dos Trabalhadores da Tunísia (UGTT), o Ennahda, o Partido Coração da Tunísia e a Corrente Democrática se recusaram a participar.

Ghannouchi disse que “o presidente não reconhece a autoridade do judiciário e considera os juízes como seus funcionários e esqueceu que eles representam uma autoridade e não pertencem a ninguém”.

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“Kais Saied está pressionando a Ministra da Justiça, ele a exorta a agilizar a análise dos casos do movimento Ennahda, mas não foi comprovado que o Ennahda esteja envolvido em nenhum crime, e esta foi a razão pela qual os juízes foram injustamente demitidos”, acrescentou Ghannouchi.

Em junho, Saied emitiu uma ordem presidencial demitindo 57 juízes de suas funções devido a acusações feitas contra eles, incluindo “alterar o curso dos casos” e “interromper investigações” relacionadas a casos de terrorismo e cometer “corrupção financeira e moral”.

Desde 25 de julho de 2021, a Tunísia testemunhou uma grave crise política quando Saied impôs medidas excepcionais, incluindo a demissão do governo e nomeação de outro, dissolução do parlamento e do Conselho Supremo da Magistratura e a emissão de  legislação po meio der decretos presidenciais.

As forças tunisianas consideram essas medidas um “golpe contra a Constituição”, enquanto as apoiadoras de Saied as vêem como “uma correção do curso da revolução de 2011”. Saied, que iniciou um mandato presidencial de cinco anos em 2019, diz que tomou as medidas “de acordo com as disposições da Constituição para proteger o Estado de um perigo iminente”.

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