Prefeitura de Tel Aviv distribui mapa da Linha Verde em desafio ao governo central

3 anos ago

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A prefeitura de Tel Aviv-Jaffa enviou a instituições de ensino uma série de materiais contendo mapas que registram as fronteiras da chamada Linha Verde – anteriores à tomada militar dos territórios palestinos em 1967 –, apesar de esforços do governo para censurar conhecimento histórico sobre os avanços territoriais da ocupação sionista.

Nesta quarta-feira (24), o Ministério da Educação de Israel proibiu Tel Aviv de exibir os mapas – “mesmo como pôster na parede”. A vice-prefeita Chen Arieli, no entanto, confirmou no Twitter que os materiais continuarão nas salas de aula.

“A resposta do ministério é deplorável, seguiremos como planejado”, declarou Arieli. “Meninos e meninas merecem crescer com uma percepção realista e sem censura do espaço. Trata-se de um projeto que desenvolvemos há dois anos, do qual me orgulho bastante”.

A Linha Verde – fronteira imposta pelo “armistício” árabe-israelense após a Nakba, como ficou conhecida a criação do estado ocupante, por meio de limpeza étnica, em 1948 – é semelhante às fronteiras atuais de Israel. No papel, o mapa histórico preserva os limites da Faixa de Gaza e Cisjordânia.

Contudo, o mapa reivindicado pela ocupação consiste ainda de Jerusalém Oriental, capturada pelo exército israelense em 1967, e as colinas de Golã, expropriadas da Síria no mesmo ano e anexadas unilateralmente em 1981.

Nesta quinta-feira (25), a prefeitura enviou três mapas a suas escolas: um de Tel Aviv-Jaffa; outro de Israel, Cisjordânia e Gaza, incluindo a Linha Verde; e outro das fronteiras políticas contemporâneas, incluindo a bacia do Mediterrâneo Oriental.

Ao divulgar os mapas, a prefeitura contestou diretamente ordens do Ministério da Educação, que condenou os documentos históricos como “amadores” em sua cartografia e “enviesados em seu uso do termo ‘linha de soberania’”.

Segundo o ministério, a única instituição legalmente autorizada a produzir mapas no estado sionista é o Censo de Israel. Autoridades, porém, recusaram-se previamente a localizar com precisão as fronteiras da Linha Verde, ao alegar que as informações “prejudicam as relações exteriores de Israel”.

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Ron Huldai, prefeito de Tel Aviv, apoiou a decisão de redarguir o governo. Em carta a diretores de escolas, declarou Huldai: “É crucial que estudantes saibam de nossas fronteiras soberanas e da realidade complexa nas áreas onde cidadãos judeus vivem ao lado das comunidades árabes sob gestão da Autoridade Palestina”

Segundo o prefeito, o conhecimento do “estado, suas paisagens e fronteiras é essencial para envolver o cidadão”. Em conclusão, Huldai defendeu o mapa como “acessório necessário em quase toda matéria da grade curricular”.

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