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Palestinos lançam greve contra novo meio de pagamento via bancos da AP

22 de agosto de 2022, às 13h09

Shekels israelenses, 12 de junho de 2015 [Christopher Furlong/Getty Images]

Dezenas de milhares de palestinos que trabalham em Israel lançaram uma greve neste domingo (21) como protesto a um novo meio de pagamento por meio de bancos da Autoridade Palestina (AP), encerrando qualquer remuneração em dinheiro vivo.

Segundo o jornal The Jerusalem Post, autoridades palestinas e israelenses consentiram sobre o método, ao alegar maior eficácia e segurança. Trabalhadores palestinos, porém, receiam novas taxas e impostos sobre seus salários.

Cerca de 200 mil palestinos atravessam diariamente as fronteiras nominais das áreas ocupadas ao território considerado Israel – capturado durante Nakba, mediante limpeza étnica, em 1948.

Palestinos que trabalham em Israel ganham, em média, duas vezes mais do que aqueles empregados por negócios e repartições públicas da Cisjordânia.

Não obstante, a maioria dos palestinos não possui conta bancária e acreditam que o uso de tais ferramentas serviria como nova fonte de renda à Autoridade Palestina, acusada de má gestão e corrupção, sob persistente crise fiscal.

Mohammad Khaseeb, de 43 anos, operário da indústria de alumínio em Israel, justificou a greve pela falta de comunicação das autoridades com a classe trabalhadora. “Eles decidiram tudo sem consultar os sindicatos. O trabalhador tem de concordar ou perder sua licença”, observou.

O Ministro do Trabalho da Autoridade Palestina Nasri Abu Jeish insistiu que o novo arranjo busca proteger os direitos dos trabalhadores e que não há planos de impor novos tributos. “Nenhum centavo será deduzido dos salários”, prometeu Abu Jeish.

Os salários serão pagos semanalmente, com taxas bancárias de US$1 por transferência, segundo trabalhadores que conversaram com a Reuters.

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