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Movimento sadrista do Iraque rejeita resultados do diálogo nacional

O clérigo xiita iraquiano Muqtada Al-Sadr durante entrevista coletiva em Najaf, Iraque, em 18 de novembro de 2021 [Karar Essa/Anadolu Agência]

O movimento sadrista no Iraque rejeitou os resultados da reunião de diálogo nacional realizada na quarta-feira a convite do primeiro-ministro Mustafa Al-Kadhimi em busca de uma solução para acabar com o impasse político do país.

Salih Muhammad Al-Iraqi, que é próximo do líder do movimento sadrista Muqtada Al-Sadr, disse que os resultados da reunião de diálogo nacional foram “inúteis” e acusou a maioria dos participantes de tentar permanecer no poder.

Al-Iraqi acrescentou: “Este seu encontro secreto não nos diz respeito a nada” e “o povo só quer que pessoas como você renunciem”.

A reunião de diálogo nacional de quarta-feira contou com a presença de Al-Kadhimi, o presidente iraquiano, presidente da Câmara e o Supremo Judiciário, bem como a enviada das Nações Unidas para o Iraque, Jeanine Plasschaert.

Os resultados da reunião incluíram cinco pontos, mais notavelmente: pedir ao movimento sadrista que se engaje no diálogo para estabelecer mecanismos para uma solução abrangente, concordar em continuar o diálogo para desenvolver um roteiro legal e constitucional para enfrentar a crise atual e interromper todas as formas de campo, mídia ou escalada política.

Enquanto isso, a Coalizão Nacional, liderada por Iyad Allawi, expressou “arrependimento” na quinta-feira que a coalizão e outras forças políticas tenham sido excluídas da reunião de diálogo nacional.

LEIA: Autoridades iraquianas pedem diálogo para resolver impasse político

“A reunião excluiu a maioria dos partidos políticos, sociais e profissionais nacionais e representantes das manifestações”, disse a coalizão em comunicado.

As tensões aumentaram no Iraque nos últimos dias após a nomeação de Mohammed Shia Al-Sudani como novo primeiro-ministro pelo Quadro de Coordenação, uma coalizão de grupos próximos ao Irã.

A medida desencadeou protestos em massa dos partidários de Al-Sadr, que pediram a dissolução do parlamento e eleições antecipadas.

Isso ocorre depois que 73 parlamentares do movimento de Al-Sadr se demitiram do parlamento de 329 assentos em junho, depois que ele não conseguiu formar um governo de “maioria nacional”, já que o Marco de Coordenação prejudicou a formação do Gabinete.

O Iraque está em um impasse político há nove meses após as eleições gerais de outubro passado, nas quais o partido de Al-sadr conquistou a maioria, mas desde então não conseguiu chegar a um acordo sobre um novo governo entre os partidos rivais.

LEIA: Triste comédia do Iraque: a invasão do parlamento

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