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Fundo Nacional Judaico vota ‘compra’ de terras palestinas no Vale do Jordão

Aldeia beduína de al-Meite, na região de al-Aghwar, Cisjordânia ocupada, 20 de março de 2021 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

O conselho executivo do Fundo Nacional Judaico (FNJ), radicado em Jerusalém, deverá aprovar – por meio de votação interna – a alocação de US$18 milhões para expropriar terras palestinas no Vale do Jordão, na Cisjordânia ocupada.

A medida sucede esforços do Ministério da Defesa de Israel, junto da entidade sionista, para comprar terras palestinas neste ano. Os avanços foram frustrados por denúncias no exterior, dada a reivindicação legal dos proprietários nativos.

No entanto, Tel Aviv impôs pressão à Suprema Corte para retomar a transação, em junho último, conforme informações do jornal Haaretz.

O Vale do Jordão e o Mar Morto – ao norte – compreendem quase 30% da Cisjordânia ocupada. Quase 90% da região é designada Área C, sob pleno controle militar e administrativo de Israel – condição estabelecida pelos Acordos de Oslo.

A comunidade palestina no Vale do Jordão é submetida a assédio diário por soldados e colonos, que tentam expulsá-los da área para anexá-la a assentamentos ilegais.

Em 2018, os proprietários palestinos recorreram à Suprema Corte de Israel para requer anulação da injunção militar sobre suas terras e remoção dos colonos.

Segundo o Haaretz, Tel Aviv alega não ter ciência de como os colonos passaram a cultivar as terras árabes tampouco como a Divisão de Assentamentos da Organização Sionista Mundial conseguiu alocá-los.

“Foi incumbido a nós gestão do processo sob uma nuvem de incerteza legal sobre como, há décadas, os colonos chegaram à situação de trabalhar no terreno”, apontou Avi Milikovsky, advogado do estado sionista, em resposta à petição palestina.

Esther Hayut – chefe de justiça da Suprema Corte – questionou: “Dado que não podemos elucidar como o terreno foi concedido a quem foi concedido, isso lhes defere o direito de continuar ali para sempre?”

Em audiências prévias, Hayut criticou o estado por assimilar terras privadas e insistir não ter conhecimento do ato. O Ministério da Defesa alegou em nota que – como todas as petições judiciais – o estado buscar abordar o processo em questão de mérito.

LEIA: Jordânia adverte Israel contra despejo de palestinos em Hebron

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