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Argélia expressa apoio a ‘legitimidade’ de Kais Saied na Tunísia

Presidente da Argélia Abdelmadjid Tebboune (à esquerda) é recebido por seu homólogo tunisiano Kais Saied no Aeroporto Internacional de Túnis-Cartago, em 15 de dezembro de 2021 [Yassine Gaidi/Agência Anadolu]

Argel apoia a “legitimidade” do Presidente da Tunísia Kais Saied, alegou seu homólogo argelino, Abdelmadjid Tebboune, ao renegar rumores de mediação entre o líder tunisiano e Noureddine Taboubi, secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores da Tunísia (UGTT).

As informações são da rede de notícias Al-Quds al-Arabi.

“A Argélia lida com legitimidade e continuará a apoiar a vizinha Tunísia”, comentou Tebboune à imprensa local. “O presidente Kais Saied foi eleito pelo povo de maneira legítima e é necessário tratar com ele a despeito de afetos individuais”.

Tebbouni insistiu que seu encontro com Taboubi durante o 60° aniversário da independência argelina serviu de oportunidade para debater a relação entre os países; não obstante, negou conduzir esforços de mediação entre os adversários tunisianos.

“A Tunísia é uma nação irmã e testemunhamos uma revolução abençoada”, afirmou Tebboune. “Jamais testemunhamos nada de negativo da Tunísia. A Argélia viveu as mesmas circunstâncias e é nosso dever permanecer ao lado de uma nação irmã”.

O presidente argelino negou qualquer interferência nos assuntos domésticos da Tunísia e reafirmou que a resolução de problemas cabe à população.

Contudo, ativistas e críticos descreveram o apoio expresso de Tebboune à “legitimidade” de Kais Saied – acusado de golpe de estado – como ingerência por definição.

“Nós, o povo tunisiano, que concedemos legitimidade a nosso governante, dizemos: O senhor não tem legitimidade sobre três quartos da população”, afirmou um ativista nas redes sociais, em referência à porcentagem de abstenção no referendo constitucional outorgado por Saied.

Analistas recordaram Tebboune de seu discurso há alguns meses, quando corroborou um acordo com Roma para ajudar a Tunísia a regressar ao caminho democrático.

Tebboune chegou a apelar aos tunisianos que participassem do referendo de 25 de julho; contudo, sem aval. O comparecimento foi bastante baixo e denúncias de golpe de estado continuam em voga.

LEIA: Nova Constituição da Tunísia pode degradar direitos humanos, alertam EUA

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