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Putin discute petróleo com príncipe saudita logo após visita de Joe Biden

22 de julho de 2022, às 12h04

Presidente da Rússia Vladimir Putin reúne-se com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, na capital Riad, em 14 de outubro de 2019 [Alexey Nikolsky/Sputnik/AFP via Getty Images]

O Presidente da Rússia Vladimir Putin e o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman conversaram por telefone nesta quinta-feira (21) e destacaram a importância de expandir a cooperação do cartel conhecido como OPEP+ – composto por membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros produtores, incluindo Moscou.

As informações, corroboradas pelo Kremlin, são da agência de notícias Reuters.

A conversa ocorreu seis dias após o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden visitar a Arábia Saudita. A sucessão de eventos reitera a posição favorável da monarquia perante os polos – Washington e Moscou –, em uma conjuntura na qual a guerra na Ucrânia e as subsequentes sanções sobre a Rússia impõem uma dura inflação de energia aos mercados globais.

Em 2 de junho, a OPEP+ concordou em expandir sua produção de petróleo além do previsto. Biden agradeceu a medida, mas reforçou seu apelo por maior aumento.

Fontes relataram à Reuters que a Arábia Saudita consultou a Rússia antes de estabelecer novos picos de produção, como forma de controlar o preço dos insumos combustíveis.

Para Riad, uma parceria com Moscou é promissora para obter vantagens no mercado global. Para Moscou, sua parceria com a OPEP é uma forma de contornar sanções ocidentais.

“A situação corrente no mercado de petróleo global foi considerada em detalhes”, declarou o Kremlin após o telefonema de Putin e bin Salman. “A importância de uma maior coordenação sob o quadro da OPEP+ foi enfatizada”.

“Observamos com satisfação que os países que integram este formato cumprem de maneira consistente suas obrigações, a fim de manter a estabilidade e o equilíbrio necessários para o mercado de energia global”, acrescentou.

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Biden encerrou sua passagem pelo Oriente Médio na semana passada, sem qualquer anúncio favorável ao aumento na produção de petróleo para rematar a carestia de combustíveis, que encabeça a maior inflação americana em mais de quatro décadas.

O chanceler e príncipe saudita Faisal bin Farhan al-Saud reiterou que petróleo não esteve na pauta da cúpula árabe-americana do último sábado (16); entretanto, prometeu que a OPEP+ continuará a avaliar as condições de mercado e responder adequadamente.

O cartel internacional de petróleo deve se reunir novamente em 3 de agosto.