Israel não se esforça o bastante para conter tráfico humano, alertam EUA

O Departamento do Estado dos Estados Unidos confirmou em relatório que Israel não realiza esforços suficientes para combater o tráfico humano e não cumpre protocolos mínimos para eliminar o fenômeno, reportou o jornal Haaretz nesta quarta-feira (20).

O documento foi divulgado na terça-feira (19), conforme análise realizada ao longo de 2021 e representa uma crítica à postura israelense pelo segundo ano consecutivo.

Segundo as informações, o relatório denuncia “esforços insuficientes [de Israel] para julgar empregadores suspeitos de tráfico humano”, além da “carência de políticas proativas para identificar vítimas e criminosos”

O Departamento de Estado também alertou que Tel Aviv não investiga denúncias de escravidão deferidas por organizações de direitos humanos tampouco age adequadamente para investigar redes criminosas que exploram cidadãos estrangeiros.

Em 2021, ongs e agências públicas encaminharam 58 vítimas a Tel Aviv, comparado a 74 vítimas em 2020. Das denúncias do último ano, o governo rastreou o status das vítimas em somente 51 casos, comparado a 69 casos analisados no período prévio. Dezessete das 58 vítimas foram alvo de exploração sexual; outras 34 estavam submetidas a trabalho forçado.

O relatório americano destacou que a unidade de combate ao tráfico das forças de segurança de Israel – único órgão público autorizado a reconhecer vítimas de tráfico humano – recebeu reforço de apenas um policial no último ano.

Dessa maneira, a unidade carece gravemente de pessoal – “pelo sexto ano consecutivo” –, o que degrada ainda mais a eficácia em identificar e proteger as vítimas.

As recomendações de Washington a Tel Aviv incluem acelerar processos e tratar das vítimas de maneira mais proativa, incluindo ao autorizar novos agentes públicos a identificá-las e registrar adequadamente seu status no país.

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