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Ex-presidente da Tunísia critica Marrocos por recorrer a Israel para intimidar vizinhos

O ex-presidente da Tunísia Moncef Marzouki ,em 7 de agosto de 2019 [Hasna/AFP via Getty Images]

O ex-presidente da Tunísia Moncef Marzouki denunciou ontem o que considerou um país árabe “recorrendo” a Israel para “intimidar” outro país árabe, em referência ao Marrocos.

As declarações de Marzouki vieram após a visita do chefe do Estado-Maior do Exército israelense, Aviv Kochavi, ao Marrocos.

“Nada pode justificar receber um chefe do Estado-Maior do Exército que ocupa a Cisjordânia, a destrói diariamente com assentamentos, confisca o direito dos habitantes de Gaza a uma vida normal por mais de uma década e viola a santidade da abençoada Mesquita de Al-Aqsa”, Marzouki escreveu no Facebook.

“E aqui ele [Kohavi] é o convidado de um país árabe, como se estivesse fortalecendo seu  exército contra outro país árabe, que permanece – quaisquer que sejam os inconvenientes – um país vizinho e um país irmão”, acrescentou, referindo-se às diferenças entre Marrocos e Argélia.

As relações entre Marrocos e Argélia estão vivenciando uma grave crise diplomática, desde a decisão desta última de romper a sua relação com Rabat por aquilo que considerou “atos hostis” em relação a ela.

Al-Marzouki acrescentou que “Israel se tornou parte de nossos conflitos, não apenas no Levante, mas também no Magrebe, e todos sabem em que direção seus interesses estão se movendo”.

LEIA: Marroquinos protestam contra visita do chefe do exército israelense

Kochavi chegou ao Marrocos na segunda-feira para sua primeira visita ao país. Lá, ele se reuniu com altos funcionários em Marrocos. Os dois países assinaram acordos de segurança de “natureza defensiva”, incluindo o intercâmbio de conhecimentos militares e manobras conjuntas, disseram fontes.

Israel e Marrocos anunciaram a retomada das relações diplomáticas em dezembro de 2020. Marrocos foi o quarto país árabe a concordar com a normalização com o estado de ocupação de Israel em 2020, depois dos Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Sudão, enquanto Egito e Jordânia ja mantinham acordos de paz com Israel desde 1979 e 1994, respectivamente.

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