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Jackie Chan grava filme chinês na Síria; história se passa no Iêmen

Ator Jackie Chan em Pequim, 1° de janeiro de 2021 [Fred Lee/Getty Images]

Jackie Chan – ator, dublê e lenda do cinema de artes marciais – será coprodutor de uma obra chinesa parcialmente filmada na Síria, inspirada na evacuação naval de cidadãos estrangeiros do Iêmen, em 2015, conduzida por Pequim após o início da intervenção saudi-emiradense no país em guerra, para reagir às conquistas territoriais do grupo houthi, ligado a Teerã.

Embora Jackie Chan seja produtor executivo do filme, não há planos para que visite a Síria.

Sob o título provisório de Operação Casa, a peça tem envolvimento de produtores chineses radicados nos Emirados Árabes Unidos.

O estúdio SYX Pictures anunciou o filme no último ano, dirigido e coproduzido por Song Yinxi. Na ocasião, Song reiterou que a história representa “um dos poucos filmes de temática árabe na China, que terá legendas em inglês e árabe e será distribuído em todo o mundo, tanto nas salas de cinema quanto nos streamings”.

“A pandemia adiou o lançamento, mas as filmagens começarão em outubro, nos Emirados, no Líbano e em outros países árabes. Com sorte, será lançado antes do verão de 2022”, destacou Song em referência à temporada de lançamentos de meio de ano; desde então, o cronograma foi alterado.

Song manifestou esperanças de que a SYX Pictures sirva de base para sua cinegrafia e para a expansão da indústria cultural chinesa na região do Oriente Médio e Norte da África.

Segundo a Agence France-Presse (AFP), os produtores consideraram que gravações no Iêmen seriam perigosas demais, mas escolheram como locação a região síria de Hajar al-Aswad, ex-bastião do grupo terrorista Estado Islâmico (Daesh) – a apenas 4 km ao sul de Damasco.

Na quinta-feira (14), as ruínas de Hajar al-Aswad foram “preenchidas por uma vasta equipe de atores em vestes tribais iemenitas, figurantes sírios em uniforme, além de técnicos e cineastas chineses com camisetas-polo”, segundo a reportagem.

Ao promover o início das filmagens na Síria, Song reiterou que a obra adota a perspectiva de diplomatas afiliados ao Partido Comunista Chinês, que decidiram ajudar seus compatriotas e outros a embarcar em um navio de guerra e regressar a seu país, em meio à troca de tiros no Iêmen.

O embaixador chinês em Damasco também esteve presente no início das filmagens. Espera que a presença da equipe nas ruínas sírias dure alguns dias.

A Síria permanece assolada pela guerra civil desde 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu violentamente protestos populares por democracia.

Em 2018, o mesmo episódio inspirou o filme Operação Mar Vermelho, produção da China e de Hong-Kong. Na ocasião, Pequim conduziu a evacuação de mais de 600 cidadãos chineses e 200 estrangeiros da cidade portuária de Aden, no sul do Iêmen.

A obra foi filmada no Marrocos e promovida como “o primeiro filme moderno de temática naval da indústria chinesa”.

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