A Rússia vetou, na sexta-feira,uma tentativa de estender a aprovação do Conselho de Segurança da ONU para 12 meses de entregas de ajuda da ONU a cerca de 4 milhões de pessoas no noroeste da Síria controlado pela oposição a partir de Turquia, relata a Reuters.
A resolução, redigida pela Irlanda e pela Noruega, recebeu 13 votos a favor, enquanto a China se absteve. Uma resolução precisa de nove votos a favor e nenhum veto da Rússia, China, Estados Unidos, Grã-Bretanha ou França para ser adotada.
“Esta é uma questão de vida ou morte. E, tragicamente, as pessoas morrerão por causa deste voto e do país que descaradamente implantou o veto”, disse a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, ao Conselho.
O Conselho de 15 membros então votou uma proposta da Rússia, aliada da Síria, para aprovar a operação da ONU por seis meses e também pressionar por amplos esforços internacionais de reconstrução na Síria. Apenas Rússia e China votaram a favor, enquanto os Estados Unidos, Grã-Bretanha e França votaram contra e os 10 membros restantes do conselho se abstiveram.
“Esta página da história finalmente foi virada e não pode ser revertida”, disse o vice-embaixador da Rússia na ONU, Dmitry Polyanskiy, ao Conselho após a segunda votação, acrescentando que Moscou continuará a fornecer ajuda à Síria “com respeito por sua soberania e integridade dos territórios”.
Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França disseram que seis meses não é tempo suficiente para que os grupos de ajuda planejem e operem com eficácia.
As potências ocidentais também são contra o financiamento de amplos esforços de reconstrução até que haja progresso em direção a uma solução política na Síria, onde uma repressão do presidente Bashar Al-Assad contra manifestantes pró-democracia em 2011 levou à guerra civil.
O atual mandato para a operação de ajuda da ONU na Síria a partir de Turquia expira no domingo. Espera-se agora que o Conselho de 15 membros continue as negociações para ver se um acordo ainda pode ser alcançado.
“Não estamos assustados com este veto. Este não é o fim do caminho”, disse a embaixadora da Irlanda na ONU, Geraldine Byrne Nason, falando em nome da Irlanda e da Noruega.
O embaixador da China na ONU, Zhang Jun, também pediu a todos os membros do Conselho que “não desistam” e continuem as negociações. A embaixadora da ONU nos Emirados Árabes Unidos, Lana Nusseibeh, sugeriu uma possível extensão de nove meses “para garantir que as necessidades de milhões de sírios sejam atendidas durante o inverno”.
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A votação do Conselho de Segurança sobre a autorização da operação de ajuda tem sido uma questão controversa há anos.
Em 2014, o Conselho de Segurança autorizou a entrega de ajuda humanitária em áreas controladas pela oposição da Síria a partir do Iraque, Jordânia e dois pontos em Turkiye. Mas os poderes de veto, Rússia e China, reduziram isso a apenas um ponto de fronteira turco.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, apelou ao Conselho no mês passado para estender sua aprovação das entregas de ajuda ao noroeste da Síria, dizendo ao órgão: “Não podemos desistir do povo da Síria”.
Ataques aéreos russos na Síria – Charge [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]
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