Relatores da ONU pedem ao Conselho de Segurança que priorizem apoio humanitário à Síria

Enquanto a Síria continua vivendo uma crise arrasadora de direitos humanos e humanitária, instituições internacionais incluindo a ONU têm dificuldade para responder à situação.

A crítica é de um grupo de relatores de direitos humanos. Eles emitiram um comunicado, nesta sexta-feira, sobre a demora do Conselho de Segurança em renovar uma resolução para permitir a passagem de ajuda humanitária entre a fronteira da Turquia com a Síria.

Solução política para o conflito que já dura 11 anos

O local é conhecido como o cruzamento de Bab al-Hawa, a entrada pelo noroeste do país.

Delil SouleimanAnos de conflito deixaram famílias sírias sem casa e sem itens básicos. [UNICEF]

Mais de 14 milhões de pessoas na Síria precisam de assistência, uma vez que a infraestrutura do país entrou em colapso após 11 anos de guerra. A atividade econômica síria foi reduzida à metade pelo conflito.  O país árabe também sofre com crises financeiras regionais, sanções e a pandemia da Covid-19.

No mês passado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu ao Conselho que renovasse o mandato da resolução, o que ocorre todos os anos, para evitar uma catástrofe humanitária enquanto não se encontra uma solução política para o conflito.

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No comunicado dos relatores de direitos humanos, eles lembram que apesar de uma redução leve da violência na Síria, a vida das pessoas continua sob risco. Houve ainda um aumento das necessidades humanitárias, principalmente para os grupos mais marginalizados como mulheres, crianças e meninas, minorias, pessoas idosas e com deficiência.

Cenário de crise

Dentre os itens de maior necessidade estão medicamentos, serviços de saúde sexual e reprodutiva, de saúde mental que geralmente ficam em segundo plano num cenário de crise.

Crianças em acampamento para deslocados na Síria [UNOCHA]

Os especialistas em direitos humanos dizem que a maioria dos sírios vive hoje abaixo da linha da pobreza e mais de 13 milhões de pessoas estão deslocadas dentro do país.Há relatos de que de 3 a 4 milhões de sírios correm risco de passar fome e de insegurança alimentar, caso a resolução do Conselho de Segurança não seja renovada.

Ajuda humanitária como arma de guerra?

Além disso, o fechamento do cruzamento de Bab al-Hawa e o fim da ajuda humanitária por todos as passagens possíveis minam os direitos da população da Síria se contar com a comunidade internacional.Os mecanismos de cruzamentos nas fronteiras existem para assegurar que a resposta humanitária seja prioridade.Os relatores especiais afirmam que a ajuda humanitária não deve ser usada como uma arma de guerra.     *Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.

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Publicado originalmente em ONU News

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