O estudante Mohamed Adel foi preso sob investigação pelo assassinato de Naira Ashraf, de 21 anos, esfaqueada em frente à Universidade de Mansoura, no norte do Egito.
Câmeras de segurança capturaram o incidente que viralizou nas redes sociais sob as hashtags em árabe “Universidade de Mansoura” e “Justiça por Naira”.
Mohamed confessou o crime, cometido nesta segunda-feira (20), após Naira recusar uma proposta de matrimônio e expor os abusos do estudante nas redes sociais.
Transeuntes descreveram como Mohamed jogou a vítima no chão e bateu sua cabeça contra a calçada. Mohamed tentou fugir, mas foi impedido por testemunhas até a chegada da polícia.
O incidente trágico reforça o fracasso do governo de Abdel Fattah el-Sisi em combater a violência de gênero. Ao contrário, as autoridades realizaram uma série de prisões contra mulheres proeminentes nas redes sociais.
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Uma influencer foi condenada a dez anos de prisão por “tráfico humano”.
Em maio de 2020, Menna Abdelaziz foi detida por quatro meses após denunciar estupro e agressão em uma transmissão ao vivo, sob acusação de “incitar a devassidão” e “violar os princípios familiares”.
A ativista feminista Amal Fathy foi condenada a um ano de prisão após divulgar um vídeo no Facebook no qual criticou o fracasso do governo em proteger vítimas de abuso sexual.
Ainda este ano, um tribunal do Cairo incriminou a jornalista Rasha Azab de “difamação” após ela publicar uma mensagem no Twitter em solidariedade a seis mulheres que denunciaram o diretor Islam Azazi de assédio e estupro.
Em um vídeo que viralizou após a morte de Naira, a advogada Nehad Abo Komsan reafirmou: “Enquanto não levarmos a sério as queixas das mulheres e acusarmos aqueles que lutam por direitos de perverter meninas e causar problemas, este será sempre o resultado”.
