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Israel enfrenta quinto processo eleitoral em menos de quatro anos

Então premiê israelense Naftali Bennett (centro) e seu Ministro de Relações Exteriores Yair Lapid (à esquerda) durante reunião semanal do gabinete de governo nas colinas ocupadas de Golã, em 26 de dezembro de 2021 [Gabinete de Imprensa do Governo de Israel/Agência Anadolu]

O Primeiro-Ministro de Israel Naftali Bennett e o Ministro de Relações Exteriores Yair Lapid, que ainda detém o título de premiê alternativo, anunciaram um acordo para dissolver o parlamento (Knesset) e antecipar novamente eleições gerais no estado sionista.

Neste entremeio, Lapid deverá assumir o cargo de primeiro-ministro em caráter interino. Bennett será seu vice, incumbido de tratar da política relacionada ao Irã.

A decisão encerra o ciclo da frágil coalizão de governo composta por oito partidos de diversos espectros políticos, cuja longevidade mal superou seu primeiro ano. Em 2021, Lapid liderou as negociações para compor uma vasta aliança, incluindo partidos de centro e extrema-direita, e mesmo políticos árabes, para destituir o então premiê Benjamin Netanyahu.

As próximas eleições — o quinto chamado às urnas em três anos e meio, sob persistente impasse político — estão previstas para outubro próximo.

Em 9 de abril de 2019, a coligação do partido ultranacionalista Likud, liderado pelo incumbente Netanyahu, conquistou 35 dos 120 assentos no Knesset. Seu principal adversário, a aliança Azul e Branco (Kahol Lavan), liderada pelo atual Ministro da Defesa Benny Gantz, também obteve 35 assentos. Nenhum dos grupos foi capaz de formar um governo, o que resultou na dissolução do congresso e na convocação de um novo processo eleitoral em 17 de setembro de 2019.

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Na segunda tentativa, o Azul e Branco de Gantz e Lapid venceu 33 vagas e o Likud reduziu sua margem a 32 deputados. Novamente, não houve consenso para constituir um governo dentro do prazo: o Knesset foi dissolvido e um pleito foi marcado para março de 2020.

Na terceira ocasião, o Likud venceu por uma margem estreita: 36 assentos contra 33 da aliança Azul e Branco — novamente, sem consenso. Entretanto, Netanyahu e Gantz firmaram um frágil acordo para compor um gabinete de ministros e tentar superar a crise política. Não obstante, o pacto implodiu por divergências sobre a aprovação do orçamento estatal.

O Knesset foi novamente dissolvido em dezembro de 2020.

Na rodada eleitoral seguinte, Lapid e Gantz decidiram seguir caminhos separados e a coalizão Azul e Branco se fragmentou. Em 23 de março de 2021, Netanyahu conquistou 30 vagas, mas não obteve a cota suficiente para instaurar um governo próprio.

Diante da crise renitente, uma improvável aliança emergiu com Netanyahu como inimigo comum e uma nova coalizão de governo assumiu posse em 13 de junho de 2021.

Conforme o acordo, o cargo de premiê seria alternado entre Yair Lapid, chefe do partido liberal Yesh Atid (Há um Futuro), e Naftali Bennett, militante colonial e chefe do partido de ultradireita Yamina. Bennett assumiu primeiro e Lapid foi incumbido da pasta de política externa; conforme o acordo, ambos deveriam trocar de lugar em setembro de 2023.

Além do ultraconservador Yamina de Bennett e dos centristas Yesh Atid e Azul e Branco — de Lapid e Gantz, respectivamente — outros cinco partidos se uniram para rematar os doze anos de mandato de Netanyahu, indiciado por corrupção e crimes de responsabilidade.

Compuseram a coligação as seguintes facções: Nova Esperança do Ministro da Justiça Gideon Sa’ar, de postura à direita; Yisrael Beiteinu (Israel Nosso Lar) do Ministro das Finanças Avigdor Lieberman, de caráter nacionalista, porém considerado hostil ao sionismo religioso; o Meretz do Ministro da Saúde Nitzan Horowitz, à esquerda; o Trabalhista da Ministra dos Transportes Merav Michaeli; e a Lista Árabe Unida de Mansour Abbas, que conferiu seu apoio ao governo do exterior.

A coalizão vivenciou diversos obstáculos, alvejada consistentemente pelo Likud de Netanyahu, então líder da oposição. Contudo, seu fracasso em estender a Lei de Regulações Emergenciais, em 7 de junho, catalisou o colapso.

A lei busca normatizar a cidadania israelense de colonos judeus instalados nos assentamentos ilegais da Cisjordânia, ao avalizar sua presença nas terras ocupadas. A fragmentação no tecido político da sociedade colonial sionista levou, portanto, à queda do governo e à convocação de um novo processo eleitoral.

LEIA: Parlamento de Israel é dissolvido, chanceler Lapid tornar-se premiê

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