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Fontes indicam que petroleiro construído pelo Irã para a Venezuela fará primeira viagem

Petroleiro de bandeira iraniana Fortune ancorado na refinaria El Palito após sua chegada a Puerto Cabello, no estado de Carabobo, norte da Venezuela, em 25 de maio de 2020 [AFP via Getty Images]

Um navio-tanque construído por um estaleiro iraniano para a Venezuela planeja partir no próximo mês do país do Oriente Médio com uma carga de componentes de combustível para o país sedento de gasolina, disseram à Reuters três fontes com conhecimento do acordo.

A nova embarcação é o mais recente sinal da crescente colaboração energética entre as duas nações sob sanções dos EUA. Irã e Venezuela estão trocando  cada vez mais petróleo por diluentes e por combustível que o país sul-americano precisa desesperadamente devido às más condições de sua rede de refino.

Os acordos deram um impulso ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que não é reconhecido pelo governo dos EUA como líder do país, ajudando-o a reviver a economia da Venezuela após anos de recessão e hiperinflação.

O navio-tanque Aframax, Yoraco, é o segundo navio construído pelo estaleiro Sadra do Irã para a Venezuela, e mais dois foram encomendados. Maduro, que visitou Teerã na semana passada como parte de uma turnê pelo Oriente Médio e Ásia, esteve presente no lançamento de Yoraco.

Uma vez concluídos os testes de navegabilidade do Yoraco, avaliado em 60 milhões de euros, o braço marítimo da petrolífera estatal venezuelana, PDVSA, planeja enviar uma tripulação à cidade portuária iraniana de Bushehr para assumir o comando do navio, disse uma das fontes.

LEIA: Presidente Maduro diz que Venezuela e Irã assinarão plano de 20 anos de cooperação

Os executivos da PDVSA também estão preparando um contrato de afretamento para uma carga de componentes de combustível iranianos que partirá em cerca de 35 dias, disse outra fonte.

A PDVSA e a Sadra não responderam aos pedidos de comentários.

Dados de monitoramento do Refinitiv Eikon indicaram o sinal do transponder do navio-tanque, temporariamente com a bandeira do Irã, flutuando perto de Bushehr, no Golfo Pérsico.

A Sadra, em 2014, construiu outro navio-tanque para a Venezuela que originalmente se chamava Sorocaima. Mas levou três anos para que pudesse navegar comercialmente depois que as sanções dos EUA ao Irã o impediram de obter seguro e classificação.

Após uma ação judicial que prendeu o petroleiro em 2019 e várias mudanças de nome e proprietário, a embarcação, agora chamada de Colon (Colombo) está em águas venezuelanas, segundo dados da Refinitiv.

A SADRA planeja construir mais dois navios-tanque para a Venezuela até 2024, disseram autoridades iranianas e venezuelanas na semana passada, depois de anunciar um plano de cooperação de 20 anos nas áreas de petróleo, refino, petroquímica, defesa, agricultura, turismo e cultura.

Sob o falecido presidente Hugo Chávez, a Venezuela encomendou mais de 40 navios-tanque de estaleiros da China à Argentina para substituir a frota envelhecida da PDVSA. Mas apenas alguns foram entregues, e alguns foram perdidos devido a contas não pagas.

LEIA: Bloqueio e sanções: o ataque contra a economia venezuelana

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