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Washington Post aponta evidências de que foi soldado israelense quem matou a jornalista Shireen Abu Akleh

Protesto contra a morte da jornalista da Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, que cobria uma invasão israelense na Cisjordânia, durante eventos que marcam o 74º aniversário do Nakba, de 1948, também conhecido como Dia da Catástrofe, em Londres, Reino Unido, em 14 de maio de 2022 [Raşid Necati Aslım/Agência Anadolu].

O jornal Washington Post publicou uma reportagem investigativa sobre o assassinato da jornalista palestina americana Shireen Abu Akleh, afirmando que um soldado israelense a matou em 11 de maio na cidade ocupada da Cisjordânia de Jenin.

Foram citadas várias entrevistas com testemunhas oculares e examinados vários vídeos, incluindo os que foram transmitidos ao vivo no momento da gravação, bem como análises de áudio.

“O Washington Post examinou mais de cinco dúzias de vídeos, posts nas redes sociais e fotos do evento, realizou duas inspeções físicas da área e encomendou duas análises acústicas dos tiros”, revelou o jornal.

“Essa análise sugere que um soldado israelense no comboio provavelmente atirou e matou Abu Akleh”, disseram Sarah Cahlan, Meg Kelly e Steve Hendrix, que conduziram e escreveram a investigação.

O Washington Post contestou as alegações israelenses de que houve uma troca de tiros entre as forças israelenses e palestinos na hora em que Abu Akleh foi morta ou que um atirador estava entre os jornalistas quando um soldado abriu fogo em sua direção.

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“Tínhamos muita certeza de que não havia palestinos armados, nem troca de tiros ou confrontos com os israelenses”, comentou o produtor da Al-Jazeera Ali Samoudi, citado pelo jornal. Os jornalistas então subiram a rua em direção ao comboio israelense. “Estava totalmente calmo, não houve nenhum tiroteio”.

De repente, houve uma forte onda de balas. Uma atingiu Samoudi e outra atingiu e por fim matou Abu Akleh, enquanto seus colegas se preparavam para a cobertura.

O jornal também revelou: “Os militares de Israel não divulgaram nenhuma evidência mostrando a presença de um pistoleiro. O vídeo e as provas de áudio disponíveis desmentem as afirmações das IDF (forças israelenses) de que houve uma troca de tiros nos minutos antes de Abu Akleh ser morta e apoiam os relatos de várias testemunhas oculares entrevistadas pelo The Post, que disse que não houve nenhum tiroteio na época”.

A conclusão do Washington Post está em consonância com a dos importantes veículos de mídia CNN e Associated Press, que confirmaram em duas reportagens separadas publicadas no mês passado que as forças de ocupação israelenses mataram Abu Akleh. A CNN chegou mesmo a sugerir que ela foi deliberadamente atingida.

 

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