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Egito liberta menina da Somália que matou motorista por tentativa de estupro

Policial egípcio entrando na prisão de Tora, na capital egípcia, Cairo, em 11 de fevereiro de 2020 [Khaled Desouki/AFP/Getty Images]

O Ministério Público egípcio ordenou, na sexta-feira (27), a libertação de uma menina somali de 15 anos por ter matado um motorista de tuk-tuk com uma faca depois que ele tentou estuprá-la. As investigações policiais confirmaram a legitimidade de seu depoimento nas investigações.

Em comunicado oficial na sua página de Facebook, o Ministério Público confirmou que já tinha iniciado as investigações ao receber informação, a 17 de maio, sobre a descoberta do corpo de um condutor de tuk-tuk junto ao seu veículo em outubro. Uma menina somali relatou à polícia que um motorista tentou agredi-la sexualmente quando ela estava no veículo com ele. A garota disse que ele a ameaçou com uma faca, mas ela conseguiu pegar a faca e o esfaqueou antes de fugir e relatar o incidente.

O Ministério Público iniciou suas investigações dirigindo-se ao local para exame do corpo, que foi encontrado ao lado de um tuk-tuk sem placas. Também designou um dos médicos forenses para realizar uma autópsia no corpo do motorista para relatar seus ferimentos.

Após interrogar a garota, ela admitiu que havia matado o motorista ao resistir à agressão. Ela explicou que entrou no tuk-tuk com o motorista e que ele tomou um caminho desconhecido. Ele parou, alegando que o veículo havia quebrado, em seguida, puxou uma faca que havia escondido debaixo do banco do motorista e a ameaçou enquanto tentava atacá-la. Ela fugiu e ele a perseguiu, então conseguiu pegá-la depois que ela caiu no chão. Começou a agredi-la enquanto segurava a faca no pescoço dela, que resistiu e agarrou a faca com as duas mãos, cortando-se. Ela pegou a faca dele e o esfaqueou, antes de fugir para pedir ajuda. A menina denunciou o ocorrido à polícia, e o Ministério Público acompanhou-a até o local do incidente após interrogá-la e realizar um exame fotográfico do crime.

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Um exame médico também foi realizado na menina, que afirmou que ela havia sofrido um corte na cabeça e vários cortes nos dedos.

As investigações policiais confirmaram a validade do incidente, conforme afirmou a menina durante o interrogatório. O relatório da Autoridade de Medicina Legal também mencionou que uma autópsia foi realizada no motorista, confirmando que ele morreu como resultado da lesão, conforme explicado pela vítima.

Nesse sentido, o Ministério Público emitiu uma decisão de liberação da menina, garantindo ao mesmo tempo seu local de residência enquanto as investigações são concluídas.

Um estudo das Nações Unidas de 2013 descobriu que 99,3 por cento das meninas e mulheres no Egito relataram ter sofrido algum tipo de assédio sexual durante suas vidas. O incidente gerou uma onda de polêmica nas redes sociais, já que alguns exigiam a libertação da menina por ela ter sido vítima de agressão sexual e apenas se defendeu, enquanto outros exigiam a necessidade de oferecer segurança aos refugiados no Egito.

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