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Assad condena plano da Turquia para assentar refugiados em zona neutra

Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan em Ancara, Turquia, em 19 de maio de 2022 [Aytaç Ünal/Agência Anadolu]
Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan em Ancara, Turquia, em 19 de maio de 2022 [Aytaç Ünal/Agência Anadolu]

O regime sírio de Bashar al-Assad condenou um plano da Turquia para assentar um milhão de refugiados em uma “zona neutra” estabelecida no norte do território assolado pela guerra.

Ainda neste mês, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan anunciou o projeto de seu governo, para transferir um milhão de refugiados sírios radicados em seu país.

Ancara prometeu oferecer transporte, abrigo e ajuda humanitária a qualquer refugiado que aceite voluntariamente sua proposta. Dezenas de casas de alvenaria foram construídas pela Turquia, além de centenas de centros médicos e dezenas de hospitais.

Segundo Erdogan, cinquenta mil vagas de emprego foram criadas na “zona neutra”.

A transferência sucede múltiplas operações militares da Turquia no norte da Síria, nos últimos anos, para expulsar grupos militantes curdos da região de fronteira. Os territórios em questão são agora administrados pela oposição síria sustentada por Ancara.

Nesta semana, a chancelaria em Damasco rejeitou os planos de Erdogan, ao alegar que sua “retórica barata” expõe “esquemas hostis contra a Síria e a união de sua terra e seu povo”.

“O governo da República Árabe Síria repudia absolutamente tais esquemas”, declarou o comunicado. “Seu principal objetivo é o colonialismo … A chamada zona neutra de fato representa um processo de limpeza étnica”.

Damasco instou outros países a não financiarem o projeto turco e encerrar qualquer assistência deferida a Ancara. Contudo, há pouquíssimo apoio internacional à proposta de Erdogan. Alguns anos atrás, no entanto, a Alemanha sugeriu acatar a ideia.

O plano do presidente turco também é descrito como uma tentativa de conter os avanços da oposição – e o crescente descontentamento popular –, em meio às crises sociais e à presença perpetuada de quase quatro milhões de refugiados no país.

LEIA: Jornalistas tunisianos protestam para exigir acordo

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