Inquérito interno do Pentágono sobre bombardeio na Síria nega crime de guerra

Um inquérito do Pentágono sobre um ataque aéreo dos Estados Unidos na Síria, que culminou em dezenas de mortos em 2019, sugeriu “má gestão” do exército ao atrasar relatórios; porém, negou apelos por ações disciplinares contra os oficiais responsáveis.

A investigação afirmou que a maioria dos mortos eram militantes do grupo terrorista Estado Islâmico (Daesh) e negou crimes de guerra ou encobrimento deliberado das baixas, segundo informações do jornal The New York Times.

O Pentágono revelou que o comandante em campo recebeu um pedido para apoio aéreo e supostamente confirmou que não havia civis na área alvejada.

O ataque ocorreu em 18 de março de 2019, na cidade síria de Baghuz, e resultou em uma das maiores baixas civis no conflito com o Daesh, com ao menos 70 vítimas.

O inquérito interno sucedeu reportagens do New York Times publicadas em 2021, segundo as quais comandantes tentaram encobrir o número de baixas. Na ocasião, um jurista americano apontou para a possibilidade de crime de guerra.

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“Quase a todo passo, o exército agiu para omitir o ataque catastrófico”, declarou a reportagem. “O índice de mortos foi minimizado. Os relatórios foram postergados, sanificados ou postos sob sigilo. Tratores da coalizão liderada por Washington aplainaram a área. Os principais líderes não foram notificados”.

“O auditor-geral do Departamento de Defesa lançou um inquérito; porém, o relatório com as descobertas foi protelado e qualquer menção ao ataque foi removida”, acrescentou.

O então Secretário de Defesa Lloyd Austin, que indicou o comandante das Forças Armadas para conduzir a investigação, expressou decepção sobre a averiguação.

“O processo contribui para a noção de que o departamento não está comprometido com a transparência nem levou a sério o incidente — percepção que poderia ser evitada por uma revisão rápida e uma explicação clara sobre as circunstâncias do ataque”, comentou Austin.

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