Hospital confirma ataque israelense contra funeral de Abu Akleh

O Hospital Francês em Jerusalém Oriental acusou a polícia israelense de atacar a procissão funeral de Shireen Abu Akleh, repórter da Al Jazeera, assassinada pela ocupação enquanto cobria uma invasão ao campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada.

Na sexta-feira (13), policiais militares cercaram a procissão, dispararam bombas de efeito moral e agrediram palestinos que carregavam o caixão com chutes e cassetetes.

Na ocasião, o corpo de Abu Akleh deixava o hospital no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém — marcado por invasões de colonos e tentativas de expulsão da população árabe. As imagens viralizaram em todo o mundo.

“O que eleva o caráter hediondo da cena é que tudo ocorreu dentro do perímetro médico, sem qualquer consideração pela santidade do local ou da ocasião”, declarou Jamil Kousa, diretor do Hospital Francês, em coletiva de imprensa.

Kousa reiterou que as agressões israelenses ocorreram apesar da instituição ser patrocinada por recursos públicos do Vaticano e da França.

“Eles invadiram o hospital, atacaram o caixão e a procissão, dispararam balas de borracha e aterrorizaram pacientes e visitantes”, denunciou Kousa.

Diante do enorme repúdio internacional, a polícia israelense alegou abrir um inquérito sobre o incidente, ao prometer apresentar os resultados às autoridades nos próximos dias.

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Abu Akleh, jornalista de 51 anos, foi baleada e morta na quarta-feira (11). A rede Al Jazeera, a Autoridade Palestina e outros grupos nacionais acusaram Israel pelo assassinato.

Governos e entidades internacionais — incluindo a Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos — reivindicaram uma investigação independente.

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