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Governo de coalizão de Israel enfrenta diferenças fatais entre membros

Ministro das Finanças de Israel, Avigdor Liberman, em Jerusalém, 12 de outubro de 2021 [Amir Levy/Getty Images]

O governo de coalizão de Israel enfrenta diferenças potencialmente fatais entre seus parceiros políticos menos de um mês depois de perder a maioria parlamentar. A questão surgiu depois que o ministro das Finanças, Avigdor Lieberman, criticou o ministro da Defesa, Benny Gantz, na segunda-feira (16), por suas reuniões com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Lieberman disse, em uma reunião de seu partido Yisrael Beiteinu, no Knesset, que Abbas “não deve ser legitimado” por tais reuniões. “Ele não pode ser parceiro de nada”, disse ele ao Times of Israel. “Ele é um terrorista como o resto dos terroristas. Ele apenas lida com o terror político, que às vezes é ainda mais perigoso e prejudicial do que o terror convencional.”

De acordo com o ala de extrema-direita Lieberman, “uma pessoa que processa soldados [israelenses] por crimes de guerra não pode ser parceiro em nada… As peregrinações a Abbas e os encontros com ele devem parar”.

No entanto, o ministro das Relações Exteriores e primeiro-ministro alternativo, Yair Lapid, disse que Israel continuará seu contato com Abbas. Ele enfatizou que Gantz “agiu certo” ao se encontrar com ele.

A ministra dos Transportes, Merav Michaeli, chefe do Partido Trabalhista de centro-esquerda, também defendeu as reuniões entre autoridades israelenses e Abbas. “A AP deve ser apoiada e a cooperação com ela deve ser fortalecida para deter os ataques terroristas”, disse ela. “É a representação oficial dos palestinos e precisamos trabalhar com ela.”

Michaeli já havia descrito o governo de coalizão como “de direita” e disse que o principal papel de seu partido nesse governo é impedir que a solução de dois Estados seja prejudicada.

LEIA: A maldição da oitava década e o fim de Israel

Um dia antes dessa controvérsia, Lieberman reintroduziu a ideia de alterar a Lei Básica de 2018: Israel como Estado-Nação do Povo Judeu. A lei, que é descrita por árabes em Israel, muçulmanos e cristãos, bem como grupos de direitos humanos e muitos parlamentares israelenses, como racista, consagra na legislação que Israel é um Estado judeu.

Liberman disse que discrimina os drusos em Israel, muitos dos quais servem em altos cargos no exército de ocupação israelense e em outras agências estatais. No entanto, a ministra do Interior, Ayelet Shaked, respondeu a ele na segunda-feira e disse que seu partido – Yamina – vetaria qualquer plano para mudar a lei.

“Recomendo que meus amigos da coalizão parem de se divertir pensando que podem fazer mudanças nas Leis Básicas que não são acordadas”, tuitou Shaked na manhã de segunda-feira. “Isso não vai acontecer, como está definido no acordo de coalizão.”

Shaked foi apoiada pelos colegas do Yamina Nir Orbach e Abir Kara, que escreveram no Twitter que a posição oficial do partido permanece contrária a quaisquer mudanças na controversa lei de 2018.

Quando ele falou sobre as mudanças, Liberman estava abordando a identidade recentemente divulgada de um oficial das Forças Especiais Drusas israelenses que foi morto em uma operação secreta na Faixa de Gaza em novembro de 2018. “Há uma clara contradição entre a Lei do Estado-Nação em sua forma atual e os elogios feitos ao tenente-coronel druso Mahmoud Kheir el Din”, tuitou Liberman no domingo.

Na esteira da declaração de Liberman, o partido Azul e Branco declarou, no domingo, que planejava apresentar um projeto de lei de igualdade que alteraria a Lei Básica para revisão pelo Comitê Ministerial de Legislação já na próxima semana.

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