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Agência russa anuncia retomada de voos turísticos a balneários do Egito

Turistas russos no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh, na região do Mar Vermelho, em 29 de setembro de 2021 [KHALED DESOUKI/AFP via Getty Images]
Turistas russos no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh, na região do Mar Vermelho, em 29 de setembro de 2021 [KHALED DESOUKI/AFP via Getty Images]

A agência russa Biblio-Globus confirmou a retomada de seus voos turísticos aos balneários egípcios de Sharm el-Sheikh e Hurghada, na região do Mar Vermelho, após interrompê-los devido à invasão na Ucrânia.

As informações são da rede de notícias Al-Arabiya.

Nos dias seguintes à deflagração do conflito, em 24 de fevereiro, milhares de turistas russos e ucranianos foram impossibilitados de retornar para seus países e tiveram de permanecer nos hotéis das cidades egípcias.

Na ocasião, onze mil ucranianos estavam em Sharm e nove mil em Hurghada, além de dezenas de milhares de cidadãos russos, afetados pela paralisação nos voos e nos serviços de cartão de crédito, sobretudo pela saída da empresa Visa do estado invasor.

O Egito permitiu que aeronaves russas pousassem em seu território; contudo, vazias. O intuito era repatriar turistas e organizar voos para cidadãos ucranianos em direção à Polônia e outros países que abriram as portas aos refugiados.

Com a economia já no fundo do poço, a perda de recursos russos e o impacto no mercado de alimentos (sobretudo trigo) incitaram apreensões no Cairo de um novo colapso do setor de turismo, dizimado pela revolução de 2011; pelo golpe militar de 2013; pelo ataque terrorista contra um jato russo em Sharm el-Sheikh, em 2015; e pela pandemia de covid-19.

A indústria do turismo — responsável por 12% do produto interno bruto (PIB) do Egito — vivenciou uma queda de US$9 bilhões em 2020 devido ao coronavírus.

Estima-se que russos e ucranianos abarquem quase 40% do total de turistas que viajam ao Egito. Em fevereiro, os números já começaram a minguar, à medida que o Kremlin enviava tropas à fronteira e ameaçava desencadear um confronto.

O governo egípcio pediu a hotéis de duas e três estrelas que abriguem os turistas gratuitamente e solicitou resorts de luxo a conferir um desconto a seus hóspedes. Contudo, as redes hoteleiras recebem apenas US$10 de indenização por noite, o que desencoraja a iniciativa, principalmente em meio à crise.

O Egito busca atrair viajantes do Leste Europeu, incluindo Hungria, e países do Golfo, insistiu o vice-ministro da pasta de turismo, recentemente. O aumento nos preços dos combustíveis, no entanto, tornou voos e pacotes turísticos muito mais caros.

No início de março, o Ministério do Turismo da Rússia conduziu conversas com representantes do setor no Reino Unido para atrair cidadãos britânicos ao Egito.

 

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