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Alemanha considera comprar mísseis antiaéreos de Israel ou EUA

Eberhard Zorn, inspector-geral das Forças Armadas da Alemanha, espera pela visita do chefe de governo ao Comando de Operações do Exército (Bundeswehr) em Schwielowsee, no leste do país, em 4 de março de 2022 [Tobias Schwarz/AFP via Getty Images]
Eberhard Zorn, inspector-geral das Forças Armadas da Alemanha, espera pela visita do chefe de governo ao Comando de Operações do Exército (Bundeswehr) em Schwielowsee, no leste do país, em 4 de março de 2022 [Tobias Schwarz/AFP via Getty Images]

A Alemanha considera a compra de um sistema de defesa aérea dos Estados Unidos ou Israel para defender-se de eventuais ameaças representadas por mísseis Iskander estacionados em Kaliningrado, enclave russo entre a Polônia e a Lituânia.

Os relatos foram divulgados pelo jornal alemão Welt am Sonntag neste sábado (2) e corroborados pela agência de notícias Reuters.

Mísseis Iskander podem atingir boa parte dos países ocidentais da Europa e não há sistemas de defesa instalados para proteger-se de tamanha ameaça, reafirmou Eberhard Zorn, comandante das Forças Armadas da Alemanha (Bundeswehr) durante entrevista ao periódico alemão.

“Israelenses e americanos possuem esses sistemas”, acrescentou Zorn. “Qual nós preferimos? Conseguiremos estabelecer um sistema abrangente entre os países da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte]? Essas são questões que demandam respostas”.

Zorn não especificou quais produtos lhe interessam; todavia, supõe que se refira ao sistema Arrow 3, desenvolvido pelas Industriais Aeroespaciais de Israel (IAI), e ao sistema americano THAAD, produzido pela corporação Raytheon.

Em 2018, a Rússia anunciou o envio de mísseis Iskander a Kaliningrado. Os novos aparatos substituíram os mísseis soviéticos Scud; seu mecanismo teleguiado pode carregar ogivas convencionais ou mesmo nucleares.

Em discurso histórico dias após o início da invasão russa contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro, o Chanceler da Alemanha Olaf Scholz prometeu aumentar seus investimentos militares em 2% do orçamento público, ao injetar 100 bilhões de euros (US$110 bilhões) nas Forças Armadas.

Zorn pertence a um grupo de oficiais de alto escalão que dialogam com Scholz sobre o encaminhamento de tais recursos e sua utilização estratégica.

“Até então, apenas uma coisa está clara: Não temos tempo ou dinheiro para desenvolver esses sistemas por conta própria porque compreendemos que a ameaça já existe”, argumentou Zorn.

O chefe militar insistiu que seu país carece de mísseis de curta distância, usados para defender tropas em movimento ou sob ameaça. Dessa maneira, Berlim começou a avaliar a aquisição de tais sistemas estrangeiros e deve tomar uma decisão em breve.

Além disso, o exército alemão terá de investir 20 bilhões de euros até 2032 para reabastecer suas munições, concluiu Zorn.

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