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EUA impõem sanções a Polícia da Reserva do Sudão por repressão a civis

Forças de segurança reprimem protesto pela dissolução do regime militar em Cartum, Sudão, 14 de fevereiro de 2022 [Mahmoud Hjaj/Agência Anadolu]

Nesta segunda-feira (21), os Estados Unidos impuseram sanções sobre a Polícia de Reserva do Sudão, devido a seu uso excessivo da força contra manifestações civis, desde outubro, quando o exército tomou o poder. As informações são da agência de notícias Reuters.

Segundo o Departamento do Tesouro em Washington, a agência sudanesa está na vanguarda da “resposta violenta” contra os protestos civis na capital Cartum.

Ao destacar um único dia em janeiro, a Casa Branca acusou os policiais sudaneses de disparar munição real e perseguir manifestantes em retirada, para prendê-los e agredí-los, ocasião na qual duas pessoas foram baleadas e mortas, além de diversos feridos.

“Desde a tomada militar em 25 de outubro, a Polícia de Reserva do Sudão adotou violência e força excessiva para silenciar ativistas civis”, afirmou Brian Nelson, Subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira. “Condenamos as agências envolvidas por assediar, intimidar e assassinar cidadãos sudaneses”.

A polícia sudanesa não comentou o novo embargo até então. Contudo, líderes militares do país norte-africano insistem que protestos pacíficos são permitidos e que as baixas em campo estão sob investigação.

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O Sudão vivencia atos convocados por comitês de resistência há meses, que exigem o fim do regime militar. A Organização das Nações Unidas (ONU), os Estados Unidos e diversos outros países rechaçaram a repressão, que matou ao menos 88 pessoas até então.

Desde o golpe, potências ocidentais e instituições financeiras suspenderam o envio de bilhões de dólares em assistência ao Sudão. O exército, em contrapartida, não indicou ainda um novo primeiro-ministro, para abordar a crise econômica que assola o Sudão.

Os comandantes militares alegam que seu retorno ao poder se deve à necessidade de corrigir o curso da transição política no país, em meio a disputas internas. Neste entremeio, prometeram entregar o poder a um governo de “consenso popular”.

Os manifestantes, não obstante, exigem que as Forças Armadas saíam de cena imediatamente.

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