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Número de colonos ilegais continua a aumentar na Palestina ocupada

Colono passa ao lado de cartazes de campanha do então premiê israelense Benjamin Netanyahu, na cidade de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, 4 de setembro de 2019 [HAZEM BADER/AFP via Getty Images]

Colono passa ao lado de cartazes de campanha do então premiê israelense Benjamin Netanyahu, na cidade de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, 4 de setembro de 2019 [HAZEM BADER/AFP via Getty Images]

A população de colonos ilegais israelenses na Cisjordânia ocupada aumentou em um ritmo alarmante no último ano, apesar do suposto repúdio do governo de Joe Biden, nos Estados Unidos, sobre a construção de novos assentamentos nos territórios palestinos.

Um relatório divulgado nesta quinta-feira (10) pelo Grupo de Estatísticas e Demografia Judaica da Cisjordânia — entidade pró-assentamentos — demonstra que o surto de transferência de colonos às terras ocupadas, promovida durante a gestão de Donald Trump, jamais desacelerou.

Em 2019, Trump contradisse a lei internacional ao alegar legalidade dos assentamentos israelenses na Palestina histórica e nas colinas de Golã. Seu ponto de vista coincide com posições do lobby sionista.

Além disso, o presidente republicano demonstrou desprezo pela lei internacional ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel, transferir a embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv à cidade ocupada e reconhecer a soberania sionista sobre as colinas de Golã — pertencentes à Síria.

Seu sucessor democrata critica abertamente a expansão dos assentamentos como obstáculo à resolução dos conflitos, mas carece de ações concretas para dissuadir Israel de seus projetos e de suas obras coloniais.

De acordo com o relatório supracitado, a população de colonos cresceu a 490.493 cidadãos israelenses até 30 de janeiro de 2022, aumento de quase 3.2% no decorrer de um ano. A população de colonos ilegais aumentou 16.5% desde que o grupo começou a compilar as estatísticas, em 2017.

LEIA: Colonos arrancam videiras na Cisjordânia

“Há uma tremenda quantidade de obras acontecendo”, enfatizou o diretor executivo do grupo, Baruch Gordon — entre as quais, sua própria comunidade colonial de Beit El, próxima à cidade palestina de Ramallah, na Cisjordânia ocupada.

“Agora mesmo, estamos erguendo 350 unidades a serem concluídas, provavelmente, dentro de um ano, um ano e meio. Fechado isso, teremos um aumento de cerca de 25% de nossa cidade”, acrescentou Gordon.

A população de colonos, segundo a pesquisa, tende a ser mais jovem e mais religiosa, com maior taxa de natalidade. Para Gordon, muitos israelenses são atraídos aos assentamentos subsidiados pelo estado da ocupação devido a “qualidade de vida”.

“Foi assim nos Estados Unidos, as pessoas saíram de Manhattan e foram morar nos subúrbios, e descobriram que podem viver em espaços mais abertos”, argumentou o representante colonial. “O mesmo está acontecendo em Israel”.

Dados do Escritório das Nações para a Coordenação de Assuntos Humanitários, publicados neste mês, revelaram que mais de 1.300 palestinos, incluindo crianças, foram deslocados como resultado do aumento contumaz de demolições residenciais desde a posse de Joe Biden.

Além disso, palestinos são alvo de despejo em Jerusalém ocupada, para substituí-los por colonos ilegais — incluindo nos bairros de Sheikh Jarrah e Silwan.

Ativistas condenam o presidente americano por sua recusa em assumir medidas práticas e impor pressão substancial contra o regime de apartheid em Israel, a fim de encerrar práticas equivalentes a crimes de lesa-humanidade e limpeza étnica.

Segundo palestinos e militantes solidários, a inação de Biden prejudica a credibilidade de suas declarações públicas contrárias à expansão dos assentamentos e à demolição de casas.

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