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Zelensky pediu a Bennett para mediar conflito com a Rússia, afirma enviado em Tel Aviv

Volodymyr Babich, cidadão ucraniano de 61 anos, protesta contra a guerra travada por Moscou em Kiev, capital da Ucrânia, 26 de fevereiro de 2022 [Aytaç Ünal/Agência Anadolu]

Na sexta-feira (25), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu ao premiê israelense Naftali Bennett que mediasse o conflito com a Rússia, confirmou o embaixador do governo europeu em Tel Aviv. Não obstante, novamente sem resultados, insistiu Yevgen Korniychuk, segundo informações da agência Reuters.

“Falamos com os israelenses há ao menos um ano sobre seu possível papel de intermediação [no conflito]”, acrescentou. “Nossa liderança crê que Israel é o único estado democrático com relações extraordinárias com ambos os países”.

O governo israelense não comentou os apelos neste sentido, até então. Um comunicado do gabinete de Bennett sobre o telefonema com Zelensky, na ocasião da invasão russa, sequer mencionou a possibilidade de mediação.

“Bennett reiterou sua esperança de que os confrontos acabem rapidamente e disse permanecer ao lado do povo ucraniano nestes tempos difíceis”, alegou a nota.

Segundo o embaixador ucraniano, o telefonema de sexta-feira foi a quinta vez que Zelensky pediu a Bennett para mediar a disputa, após contactar o ex-premiê Benjamin Netanyahu e o presidente israelense Isaac Herzog.

Ao acompanhar o caso junto à diplomacia israelense, relatou Korniychuk: “Ouvi que essa oferta não foi bem recebida pelo lado russo”. Abordada pela agência Reuters, a embaixada de Moscou em Tel Aviv recusou-se a comentar o caso.

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Israel clama por uma solução política na Ucrânia, mas mantém cautela sobre qualquer crítica contundente ao Kremlin, que exerce forte protagonismo na guerra civil da Síria. O exército da ocupação considera que há uma fronteira de facto com a Federação Russa.

Tradicionalmente beligerante, o governo israelense ofereceu apenas assistência humanitária à Ucrânia, além de promover asilo a refugiados da comunidade judaica que deixarem o país em virtude da guerra.

Israel, cujo principal aliado é os Estados Unidos, condenou a invasão russa nesta quinta-feira (24) como “grave violação da ordem internacional”, mas desde então manteve-se em silêncio.

O embaixador israelense em Moscou foi convocado pelo governo de Vladimir Putin para esclarecer a posição de seu país, confirmou a embaixada russa em Tel Aviv na sexta-feira.

“Expressamos esperança de que Israel trate com devida compreensão as razões que levaram à decisão da liderança russa de conduzir uma operação militar especial para proteger os civis de Donbass [província separatista], desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia”, afirmou a embaixada.

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