Israel manda ajuda à Ucrânia, mas mantém silêncio sobre mediação

Neste domingo (27), o premiê israelense Naftali Bennett reiterou que seu governo procede com “moderação e responsabilidade” sobre o conflito russo-ucraniano, que testa a relação do estado ocupante com ambas as partes, conforme informações da agência Reuters.

Após sua reunião semanal de gabinete, o primeiro-ministro sequer mencionou os apelos ucranianos para que Tel Aviv mediasse a crise com Moscou.

O Ministro de Relações Exteriores de Israel Yair Lapid condenou a invasão russa, mas Bennett preferiu não abordá-la. O governo sionista teme envolver-se na disputa, ao compartilhar uma fronteira de facto com a Rússia, devido à sua presença na Síria.

“Oramos pelo bem-estar dos cidadãos ucranianos e esperamos que maiores baixas sejam evitadas”, afirmou vagamente Bennett. “Procedemos com moderação e responsabilidade”.

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Conforme o premiê — frequentemente belicista —, seu governo encaminhou cem toneladas de assistência humanitária à Ucrânia, incluindo kits de purificação de água, suprimentos médicos e tendas, com previsão de chegada em alguns dias.

A Ministra do Interior Ayelet Shaked, próxima ao primeiro-ministro, alegou à televisão que os apelos por mediação do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky “estão sendo atendidos”; porém, não concedeu quaisquer detalhes.

A embaixada russa não comentou o caso.

Israel busca manter contato com ambos os lados, sugeriu Gary Koren, assessor sênior da chancelaria em Tel Aviv, à emissora estatal de radiodifusão Kan.

Questionado se a condenação discreta sobre os avanços do Kremlin tinham como objetivo manter portas abertas à intermediação do conflito, Koren respondeu apenas: “Exatamente como você descreveu”.

Israel abriga centenas de milhares de imigrantes judeus nascidos na Rússia e Ucrânia, muitos deles alocados em assentamentos ilegais nos territórios palestinos ocupados.

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