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Empresa francesa vence leilão de obras no porto devastado de Beirute

Local da explosão no porto de Beirute em 3 de dezembro de 2021 [Contigo/Getty Images]

A empresa francesa de transportes CMA-CGM conseguiu um contrato para administrar, operar e manter o terminal de contêineres do porto de Beirute pelos próximos dez anos.

O Ministro de Transportes e Obras Públicas do Líbano Ali Hamieh confirmou à imprensa nesta quinta-feira (17) que o contrato abrange “reconstrução e expansão da infraestrutura do porto, danificada na enorme explosão química de 2020”.

Segundo nota da CMA-CGM: “Um investimento de US$33 milhões será feito no terminal de contêineres do porto de Beirute, incluindo US$19 milhões nos primeiros dois anos”.

Os recursos serão utilizados para “completa atualização da infraestrutura: reforma, substituição e aquisição de novos equipamentos; construção de uma nova instalação de manutenção e depósito de peças sobressalentes; digitalização do terminal [e] melhorias em performance ambiental por meio de materiais mais ecológicos e sustentáveis”.

“Lançaremos um ambicioso plano de investimento para transformar o terminal de contêineres do porto de Beirute em uma instalação de excelência que cumpre os mais elevados padrões internacionais”, prometeu Rodolphe Saadé, presidente da CMA-CGM. “Isso tudo, a serviço do povo libanês, para revitalizar as trocas comerciais entre o Líbano e o resto do mundo”.

LEIA: Em um Estado falido, o máximo que o povo do Líbano pode fazer é limitar as perdas

Mais de 200 pessoas foram mortas, seis mil foram feridas e 300 mil ficaram desabrigadas após uma enorme explosão que abalou a capital libanesa, em 4 de agosto de 2020. O desastre, causado pela combustão de nitrato de amônio armazenado indevidamente no porto, devastou partes da cidade e agravou a crise política e econômica que assola o país.

Após a explosão, cartas encaminhadas ao judiciário libanês, vazadas ao público, demonstraram  que o chefe dos serviços aduaneiros estava ciente da presença de produtos altamente inflamáveis nas instalações portuárias. Posteriormente, foi comprovado que o presidente Michel Aoun e o então premiê em exercício, Hassan Diab, foram advertidos por autoridades de segurança sobre os riscos impostos. Ambos alegaram não ter jurisdição sobre o porto para agir.

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