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Famílias ficam sem comida na Somália devido à seca

Milhares de pessoas tiveram de deixar suas casas na Somália em busca de água e alimento, como resultado da estiagem implacável que tomou o país, alertou a ong Save the Children.

Secas consecutivas e duradouras culminaram na pior temporada para as famílias, junto da deterioração das condições de segurança, inflação sobre produtos alimentares, nuvens de gafanhotos e queda nas doações de órgãos beneficentes.

Uma análise da Save the Children, conduzida em novembro sobre 15 das 18 regiões da Somália, revelou que a maioria das famílias pula alguma refeição regularmente.

Quase 60% dos lares relataram que ao menos um membro da família perdeu sua fonte de renda — principalmente, pela morte de rebanhos. Mais de um terço das residências contém ao menos um indivíduo que fica sem alimentar-se por 24 horas.

A Somália vivenciou três grandes secas na última década: em 2011/12, 2016/17 e 2021/22.

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Ainda nesta semana, a Organização das Nações Unidas (ONU) advertiu que cerca de 13 milhões de pessoas passam fome diariamente no país, como resultado da crise climática.

“Três temporadas de chuva com níveis abaixo do esperado, na Etiópia, Quênia e Somália, dizimaram as colheitas e causaram níveis absurdamente altos de mortes nos rebanhos, à medida que a falta de água e pasto obriga as famílias a deixarem suas casas e impulsiona conflitos entre as comunidades”, explicou a ONU.

“As colheitas estão arruinadas, o gado está morrendo e a fome cresce dia após dia, conforme secas recorrentes atingem o Chifre da África”, afirmou Michael Dunford, diretor do Programa Alimentar Mundial (PAM) para a África Ocidental.

Omar*, pai de família de uma aldeia no distrito de Beledweyne, no sul da Somália, relatou: “Costumávamos dar de comer às crianças três vezes por dia, mas agora é difícil ter comida sequer duas vezes. Então, na maioria das vezes, temos apenas uma refeição por dia”.

“Conseguimos sobreviver durante a seca anterior, mas essa é a pior de todas. É difícil encontrar água; não temos comida e o rebanho está morrendo”, acrescentou Omar. “As pessoas também vão morrer com essa seca, se não encontrarmos ajuda”.

* Nome fictício para proteger sua identidade

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