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Seul alega liberar recursos para quitar dívidas iranianas na ONU; Teerã deve reaver seu voto

23 de janeiro de 2022, às 13h10

Presidente do Irã Ebrahim Raisi discursa por videoconferência na 76ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, 21 de setembro de 2021 [Eduardo Munoz/Getty Images]

Teerã deve retomar seu direito ao voto na Assembleia Geral das Nações Unidas após o governo sul-coreano pagar dívidas iranianas ao órgão internacional com recursos congelados no país, declarou Seul neste domingo (23), segundo informações da agência de notícias Reuters.

O Irã reconquistou seu poder de voto na Organização das Nações Unidas (ONU) em junho do último ano, após um pagamento similar. Contudo, em janeiro, voltou a perdê-lo por não conseguir efetuar a transferência de recursos devido às sanções dos Estados Unidos.

A liberação dos recursos congelados requer aval de Washington, que juntou-se a seus aliados europeus para conferir um ultimato de apenas algumas semanas para recuperar o acordo nuclear iraniano, assinado em 2015 e revogado pela Casa Branca três anos depois.

Com a restituição de duras sanções internacionais, o regime iraniano decidiu reduzir seu compromisso com o pacto e enriquecer urânio a níveis considerados militares.

“Na sexta-feira, Seul quitou dívidas iranianas equivalentes a US$18 milhões, via recursos congelados no país, em cooperação com as agências relevantes, como o Escritório de Recursos Estrangeiros do Departamento do Tesouro do Estados Unidos e o Secretariado das Nações Unidas”, declarou o Ministério das Finanças da Coreia do Sul em comunicado.

O gabinete sul-coreano na ONU não comentou o caso, até então.

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Na última semana, Teerã solicitou a Seul ajuda urgente para pagar sua contribuição às Nações Unidas, a fim de não perder seu direito ao voto na Assembleia geral deste ano, composta por 193 estados-membros, acrescentou o ministério.

Teerã insiste na liberação de cerca de US$7 bilhões congelados em bancos sul-coreanos, devido às sanções dos Estados Unidos, ao acusar ambos os países de manter seus recursos de petróleo e outras importações como “reféns”.

Um oficial do ministério sul-coreano recusou-se a confirmar o valor remanescente dos recursos congelados, após o pagamento às Nações Unidas, sob pretexto de confidencialidade legal.