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BBC e grupo judeu classificaram-se com o Irã e o Hamas entre os dez primeiros em lista antissemita de 2021

31 de dezembro de 2021, às 07h19

Uma manifestação apelando ao PayPal para oferecer seus serviços aos palestinos na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza [Voz Judaica pela Paz]

A lista global de antissemitismo deste ano, publicada anualmente pelo grupo antipalestino Simon Wiesenthal Center (SWC), tem várias inclusões surpreendentes. BBC, Jewish Voice for Peace (JVP) e gigantes da mídia social Facebook e TikTok foram classificados entre os dez primeiros, ao lado do Irã e do Hamas.

A inclusão da Alemanha também é suscetível de levantar sobrancelhas, visto que a lista visa nomear e envergonhar grupos que representam uma ameaça existencial para os judeus. Teóricos da conspiração antivax, o Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR, na sigla em inglês), o grupo de protesto contra mudanças climáticas, Sunrise, University of Southern California e Unilever, dona da marca de sorvete Ben&Jerry’s, completam a lista deste ano.

Previsivelmente, o Irã está no topo da lista. “Não há maior ameaça existencial para o povo judeu do que a crescente ameaça nuclear do regime iraniano antissemita, que nega o Holocausto, patrocina terroristas e abusa dos direitos humanos”, escreveu o SWC sobre a República Islâmica.

Em seus comentários sobre o Hamas, que ficou em segundo lugar, o SWC culpou o grupo palestino pelos ataques antissemitas no Reino Unido, na Europa e na América do Norte. “O vitríolo violento do Hamas visando os judeus foi exportado para Alemanha, Reino Unido e, através do Atlântico, Estados Unidos e Canadá”, disse o SWC.

Continuando a lista, o SWC descreveu o JVP como um “grupo judeu que o Hamas pode amar”, dizendo que, embora o grupo “acredite que é imune a ser rotulado e tratado como antissemita”, eles estão errados.

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Com relação ao CAIR e ao movimento Sunrise, o SWC apontou comentários e posturas anti-Israel, incluindo a decisão do Sunrise de se retirar de um comício devido à participação de “uma série de organizações sionistas”. O CAIR também entrou na lista, por ter uma postura antissionista. No início deste mês, o CAIR descobriu e interrompeu o esforço de anos de um grupo de ódio para se infiltrar e espionar mesquitas e organizações muçulmano-americanas. O grupo de ódio antimuçulmano estava trabalhando em estreita colaboração com Israel.

A lista de levantar sobrancelhas deste ano irá alimentar mais questões sobre a adoção da altamente controversa definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA, na sigla em inglês). Grupos judeus disseram recentemente que a definição “seriamente falha” de antissemitismo deve ser abandonada.

O SWC, no entanto, é um dos principais ativistas para a adoção da IHRA em todo o mundo. No início deste mês, ingressou na Organização dos Estados Americanos (OEA) para trabalhar no que será um manual aplicando a definição de antissemitismo da IHRA para a América Latina.