Ataques dos houthis contra Arábia Saudita dobraram neste ano

Ataques contra alvos na Arábia Saudita, executados pelo movimento iemenita houthi dobraram nos primeiros meses de 2021, comparados ao mesmo período do ano anterior, segundo relatório divulgado na terça-feira (21) por think tank sediado em Washington.

O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) descreveu as ofensivas como “campanha irregular, cada vez mais intensa contra Arábia Saudita e outros países do Golfo”.

O documento alegou ainda que as Forças al-Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária Iraniana, e o grupo libanês Hezbollah exerceram um papel crucial ao lado dos houthis, ao fornecer armamentos, tecnologia, treinamento e outras formas de assistência.

O instituto afirmou analisar 4.103 ataques houthis contra a Arábia Saudita, dentro do Iêmen, além de outros alvos na região do Golfo, entre 1° de janeiro de 2016 e 20 de outubro de 2021.

Segundo a pesquisa, durante os primeiros nove meses de 2020, forças houthis executaram uma média de 38 ataques por mês. Contudo, no ano seguinte, o índice subiu para 78 ataques mensais, com um total de 702 ofensivas no mesmo período.

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“Este aumento foi vastamente motivado pela ofensiva houthi em Marib, onda 199 ataques ocorreram durante os primeiros nove meses de 2021”, observou o relatório.

“Tropas houthis executaram um total de 133 ataques somente em agosto de 2021 — maior estimativa mensal desde janeiro de 2016”, acrescentou o documento. “As investidas, entretanto, não se distribuíram igualmente entre as áreas geográficas”.

O Iêmen — país mais pobre do Oriente Médio — é assolado pela guerra desde 2014, quando rebeldes houthis tomaram a maior parte do país, incluindo a capital Sanaa.

A crise escalou no ano seguinte, quando uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita lançou uma devastadora campanha aérea para reverter as conquistas territoriais houthis e restabelecer o governo aliado do presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi.

A guerra — na qual os Estados Unidos e a Grã Bretanha apoiam a coalizão saudita — já matou ao menos 377 mil pessoas e levou milhões à margem da fome, segundo dados oficiais compilados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O lamaçal saudita no Iêmen [Latuff/Monitor do Oriente Médio]

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