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33% do mundo árabe não tem comida suficiente, aponta relatório da ONU

O mundo árabe testemunhou um aumento de 91,1 por cento na fome desde 2000, afetando 141 milhões de pessoas

O mundo árabe testemunhou um aumento de 91,1 por cento na fome desde 2000, afetando 141 milhões de pessoas, segundo um novo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura divulgado ontem.

O relatório da Visão Geral Regional de Segurança Alimentar e Nutrição de 2021 no Oriente Médio e Norte da África disse que o aumento foi resultado de “crises prolongadas, distúrbios sociais e exposição a vários choques e tensões, como conflitos, pobreza, desigualdade, mudança climática, recursos naturais escassos e as repercussões econômicas associadas à recente pandemia da covid-19”.

“Os conflitos continuam a ser uma das principais causas da fome na região, com aproximadamente 53,4 milhões de pessoas passando pela fome em países e áreas afetadas por conflitos, o que é mais de seis vezes maior do que em países sem conflito”, disse o subdiretor da FAO – representante geral e regional para o Oriente Médio e Norte da África, Abdulhakim Elwaer. “Pode não haver melhora visível na situação este ano, uma vez que os principais motivos da fome continuarão a arrastar a situação ainda mais para baixo”, acrescentou Elwaer.

A Somália, o Iraque e o Iêmen, devastados pela guerra, apresentaram a maior prevalência de subnutrição entre 2018-2020. Os números não estavam disponíveis para a Líbia, os territórios palestinos ocupados ou a Síria.

A Somália, a Líbia e o Sudão apresentaram as taxas mais altas de insegurança alimentar, com o relatório concluindo que os países em conflito sofreram com isso quase 2,5 vezes mais do que os Estados que gozavam de estabilidade.

“Os países da região afetados por conflitos tiveram pior desempenho nos indicadores de desnutrição em comparação com os países sem conflitos”, destacou o relatório.

LEIA: Crianças estão entre feridos em ataque com míssil em local administrado pela ONU no Iêmen

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