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‘Para piorar a situação’, Biden aprova venda de armas a Arábia Saudita

Presidente dos EUA Joe Biden, 13 de setembro de 2021 [Bing Guan/Bloomberg via Getty Images]

Os Estados Unidos aprovaram sua primeira venda de armas de larga escala à Arábia Saudita, desde a posse do presidente Joe Biden, em janeiro, confirmou ontem (4) o Pentágono.

Washington deverá exportar 280 mísseis ar-ar à monarquia, no valor de US$650 milhões.

Em seu comunicado oficial, o Pentágono afirmou que o Departamento de Estado aprovou a venda para ajudar Riad a reagir a ameaças atuais ou futuras.

“A venda proposta concederá suporte à segurança nacional e à política externa dos Estados Unidos, ao fortalecer as defesas de um país amistoso, que continua a ser uma força importante para o progresso político-econômico do Oriente Médio”, declarou a nota.

Segundo relatos, a corporação Raytheon, que fabrica equipamentos para o sistema israelense Domo de Ferro, deve ser a principal fornecedora ao novo acordo saudita.

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Há poucos meses, não obstante, Biden prometeu encerrar o apoio da Casa Branca à ofensiva saudita no Iêmen, incluindo a exportação de armas em volumes relevantes.

“Isso nada tem a ver com um mundo melhor, mas sim com alimentar nossa economia militar”, comentou Marianne Williamson, escritora e ex-candidata à presidência, em sua página do Twitter. “A economia americana não deveria focar em comercializar a morte”.

Marianne Williamson, ex-presidenciável, condena venda de armas dos EUA à Arábia Saudita

Os comentários de Williamson remetem a alertas frequentes sobre a perigosa influência do “complexo industrial militar” na política externa da Casa Branca. Em 1961, o presidente e general Dwight Eisenhower alertou para a questão como problema nacional.

Sarah Leah Whitson, diretora-executiva da organização de direitos humanos DAWN, que busca promover a democracia no Oriente Médio, também condenou a decisão: “O governo Biden piora ainda mais a situação, com sua última venda de armas à Arábia Saudita”.

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