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Arábia Saudita transfere US$3 bi ao Egito para ajudar combater o covid-19

Banco Central do Egito, Cairo, 3 de novembro de 2016 [KHALED DESOUKI/AFP via Getty Images]

A Arábia Saudita depositou US$3 bilhões no Banco Central do Egito para ajudar o país norte-africano a combater a pandemia de covid-19. Além disso, o estado do Golfo estendeu os termos de US$2.3 bilhões transferidos anteriormente.

Egito e Arábia Saudita são aliados próximos e representam metade do quarteto responsável pelo bloqueio imposto ao Catar em 2017, junto de Emirados Árabes Unidos e Bahrein, revogado apenas em janeiro deste ano.

Bilhões de dólares já foram concedidos ao Egito por seus parceiros no Golfo, desde o golpe militar contra o falecido presidente Mohamed Morsi, em 2013.

O turbilhão político deste período — que culminou no regime militar de Abdel Fattah el-Sisi —, além da própria revolução democrática de 2011, atingiu severamente os investimentos e o setor de turismo no país, assim como o capital destinado à reconstrução da economia.

As remessas desde então reafirmaram alianças regionais e o apoio efetivo do Golfo sobre a deposição de Morsi — proeminente líder da Irmandade Muçulmana.

LEIA: Banco Mundial aprova empréstimo de US$360 milhões ao Egito

Recentemente, o Banco Mundial aprovou também um empréstimo de US$360 milhões ao Egito, destinados a sua recuperação econômica pós-pandemia.

No último ano, quando o Banco Mundial prometeu desembolsar US$50 milhões para o sistema de saúde do Egito, a organização Human Rights Watch prontamente criticou a entidade financeira por ignorar prisões e assédios cometidos contra trabalhadores no país.

Diversos médicos foram aprisionados por contestar a narrativa oficial sobre a mortalidade ou por simplesmente solicitar equipamentos de proteção adequados.

O sistema de saúde do Egito permanece à margem do colapso há anos e anos, sem recursos ou investimentos devido à corrupção sistêmica.

Segundo dados oficiais, até então, 18.651 pessoas morreram de coronavírus no país. Críticos alertam, no entanto, para uma enorme subnotificação.

Fontes no Ministério da Saúde criticaram o governo por não reintroduzir medidas preventivas, além de autorizar a realização de festas e festivais, revogar o uso obrigatório de máscara e suspender orientações de distanciamento social.

LEIA: A crise de covid-19 do Egito atingiu um nível perigoso, dizem fontes do Ministério da Saúde

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