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Negociações sobre acordo nuclear serão retomadas em novembro, afirma Irã

Uma foto tirada em 10 de novembro de 2019 mostra uma bandeira iraniana na usina nuclear de Bushehr do Irã, durante uma cerimônia oficial para iniciar as obras de um segundo reator na instalação. [Atta Kenare/AFP via Getty Images]
Uma foto tirada em 10 de novembro de 2019 mostra uma bandeira iraniana na usina nuclear de Bushehr do Irã, durante uma cerimônia oficial para iniciar as obras de um segundo reator na instalação. [Atta Kenare/AFP via Getty Images]

s conversas entre Teerã e seis potências globais, a fim de restaurar o acordo nuclear de 2015, serão retomadas até o fim de novembro, afirmou nesta quarta-feira (27) Ali Bagheri Kani, responsável iraniano pelas negociações, segundo a agência Reuters.

“Tive um diálogo bastante sério e construtivo com Enrique Mora, sobre os elementos essenciais para negociações bem sucedidas”, escreveu Kani no Twitter, após visita a Bruxelas. “Concordamos em começar novas negociações até o fim de novembro”.

“A data exata será anunciada ao longo da próxima semana”, acrescentou.

Enrique Mora é chefe de gabinete de Josep Borrell, representante para negócios estrangeiros e política de segurança da União Europeia.

Em abril, as partes interessadas iniciaram debates sobre como recuperar o acordo, três anos após ser abandonado pelo ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Washington então restituiu sanções “sem precedentes”, sobretudo contra o petróleo iraniano.

No entanto, as conversas em Viena permanecem paralisadas desde a eleição do novo presidente iraniano Ebrahim Raisi, em junho. Espera-se que Raisi — político linha-dura, próximo ao aiatolá Ali Khamenei — assuma uma abordagem mais severa sobre as negociações.

Em resposta à pressão de Trump, Teerã instalou centrífugas avançadas para retomar pouco a pouco seu enriquecimento de urânio a níveis acima dos limites acordados.

Há meses, as potências ocidentais exortam a república islâmica a retornar à mesa, ao advertir que o programa atômico iraniano avança rapidamente.

LEIA: Israel prepara planos para atacar usinas nucleares do Irã, segundo relatos

Robert Malley, enviado especial dos Estados Unidos sobre o Irã, enfatizou na segunda-feira (25) que os esforços para restaurar o tratado estão em “estágio crítico” e que as justificativas de Teerã para evitar o diálogo estão se esgotando.

Após seis rodadas de negociações na capital austríaca, Teerã e Washington discordam ainda sobre quais medidas precisam ser tomadas, além de um cronograma oficial. O impasse concentra-se nos limites atômicos e quais sanções serão removidas.

“O retorno da América ao acordo não importa para nós”, declarou o Ministro de Relações Exteriores do Irã Hossein Amirabdollahian, em coletiva de imprensa televisionada. “O que nos importa é que o resultado das conversas favoreçam o Irã”.

“[O Presidente dos Estados Unidos] Joe Biden tem de exercer sua boa vontade, por exemplo, ao liberar os US$10 bilhões de recursos congelados do Irã”, insistiu o chanceler.

A economia iraniana continua impossibilitada de acessar recursos em bancos estrangeiros, sobretudo oriundos de exportações de petróleo e gás natural, devido às sanções americanas restabelecidas contra seus setores bancários e de energia.

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