Grupos de direitos humanos pedem aos Emirados Árabes para libertar defensores e ativistas durante a Expo

Um árabe senta-se no Pavilhão Falcon da Expo 2020 dos Emirados Árabes em Dubai, em 4 de outubro de 2021 [Karim Sahib/AFP via Getty Images]

Setenta e seis organizações de direitos globais pediram ontem aos Emirados Árabes que libertem defensores e ativistas dos direitos humanos.

Em uma carta dirigida ao governante dos Emirados Árabes, sheikh Khalifa bin Zayed al Nahyan, as organizações disseram: “Quase dez anos atrás das grades, o grupo de defensores da democracia, conhecido como ‘UAE 94’, continua injustamente preso por assinar uma petição online pedindo por reforma política em 2011. Após um julgamento em massa grosseiramente injusto, 69 membros dos 94 Emirados Árabes Unidos foram condenados a entre sete e 15 anos, incluindo oito à revelia”.

Eles prosseguiram “pedindo às autoridades dos Emirados que cumpram os padrões internacionais para prisioneiros, incluindo a permissão de visitas familiares regulares, o acesso a cuidados de saúde e consultas regulares com seus advogados, e o fim da prática de mantê-los em confinamento solitário”.

A chamada ocorre no momento em que os Emirados Árabes lançam a Dubai Expo 2020, que continuará por seis meses. Os grupos de direitos exortaram os Emirados a liberar os ativistas durante a Expo para “demonstrar seu compromisso” com o lema “Conectando mentes e criando o futuro por meio da sustentabilidade, mobilidade e oportunidade”.

A carta foi assinada por 76 organizações, incluindo a Ação pelos Cristãos contra a Tortura (ACAT, na sigla em inglês), Campanha Internacional pela Liberdade nos Emirados Árabes Unidos (ICFUAE, na sigle em inglês), ALQST pelos Direitos Humanos, Anistia Internacional, FIDH, no âmbito do Observatório para a Proteção de Defensores dos direitos humanos e Human Rights Watch (HRW).

Durante anos, os Emirados Árabes enfrentaram críticas por prender centenas de defensores dos direitos humanos e políticos pacíficos por causa de suas demandas por reformas políticas que abram caminho para a realização de eleições democráticas. As autoridades, no entanto, negam quaisquer abusos de direitos e afirmam seu compromisso com o respeito às liberdades.

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