Empresa britânica é multada por subornos em grandes contratos no Oriente Médio

Uma empresa chefiada pelo doador do Partido Conservador, Ayman Asfari, distribuiu – ou ofereceu – dinheiro de suborno para obter contratos no Iraque, na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos entre 2011-2017.

O processo por corrupção, que foi rotulada de “sistemática e grave” pela juíza Deborah Taylor no Southwark Crown Court em Londres, incluía sete acusações relacionadas a  suborno praticado ou tentado por executivos da Petrofac.

Asfari co-fundou a Petrofac em 1991 e foi seu CEO por quase 20 anos antes de deixar o cargo. Ele pessoalmente doou quase US$ 1,09 milhão para o Partido Conservador, ao lado de sua esposa.

Ele foi preso em maio de 2017 e investigado pelo Serious Fraud Office (SFO). Atualmente é administrador não executivo e o maior acionista da empresa.

Documentos chocantes mostraram como dois primeiros-ministros conservadores, Theresa May e David Cameron, haviam feito lobby junto à família real do Bahrein em nome da Petrofac para garantir um grande contrato no valor de milhões.

Outro ministro conservador, Liam Fox, também teria feito lobby em nome da empresa. Em 2017, ele estava sendo investigado pelo Serious Fraud Office (SFO) por suborno e lavagem de dinheiro.

Documentos de Whitehall obtidos pelo Guardian revelaram como Cameron promoveu a Petrofac durante uma visita de dois dias ao Bahrein em janeiro de 2017, onde conheceu o príncipe herdeiro. Ele foi levado de volta à Grã-Bretanha em um avião pertencente a Asfari.

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O executivo sênior da Petrofac, David Lufkin, foi o único a se declarar culpado de 14 acusações de suborno para obter contratos no valor de US $ 7,5 bilhões em três países do Oriente Médio.

John Kinnear, o advogado do SFO, disse ao tribunal que Lufkin esteve envolvido na organização do pagamento de subornos totalizando US$ 77,6 milhões sob as ordens de dois executivos seniores da Petrofac.

Clare Montgomery, CQ da Petrofac, afirmou que a empresa global havia assumido a corrupção e agora era uma empresa diferente, sob nova administração.

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