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Assad obriga refugiados sírios na Europa a financiarem sua guerra

Presidente sírio Bashar Al-Assad em Damasco, Síria em 11 de fevereiro de 2016 [Joseph Eid/ AFP / Getty Images]

As altas taxas da diáspora síria, de quem escapou do recrutamento militar obrigatório, se tornaram uma importante fonte de receita para o regime sem dinheiro de Bashar Al-Assad, disse um relatório recente produzido por um consórcio internacional de centros de investigação, relata a Agência Anadolu.

“Homens que não pagam enfrentam a ameaça de apreensão dos bens de suas famílias na Síria”, disse o relatório divulgado pelo Projeto de Relatórios de Crime Organizado e Corrupção (OCCRP) na terça-feira.

A receita anual de tais taxas pode ficar entre dois e três bilhões de dólares em cinco anos, de acordo com um estudo parlamentar de 2015 citado no relatório.

O serviço militar é obrigatório para homens sírios com idades entre 18 e 42 anos e as apostas aumentaram significativamente em fevereiro, quando um oficial do exército anunciou nas redes sociais que um novo regulamento permitiria às autoridades confiscar a propriedade dos “evasores do serviço” e suas famílias.

No início deste ano, muitos jovens sírios se depararam com uma escolha nada invejável: alistar-se no exército do regime que o fez refugiado ou correr o risco de sua família perder suas propriedades na cidade natal.

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Yousef, um sírio de 32 anos que mora na Suécia, foi à Embaixada da Síria em Estocolmo em junho para pagar uma taxa de oito mil dólares em dinheiro para ser removido da lista de recrutamento.

“Este dinheiro será usado pelo regime sírio para comprar armas e matar mais pessoas”, disse Yousef ao OCCRP.

Cerca de um quarto dos 17 milhões de habitantes da Síria são homens em idade militar, de acordo com dados do Banco Mundial.

Com cerca de 6,6 milhões de sírios forçados a deixar o país na última década, o recrutamento deve ser um problema para centenas de milhares de jovens.

Estudos mostraram que a ameaça de serem recrutados é um dos principais motivos pelos quais muitos refugiados temem retornar à Síria.

A Síria está atolada em uma guerra civil violenta desde o início de 2011, quando o regime de Assad reprimiu os protestos pró-democracia com uma ferocidade inesperada.

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