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Israel expulsa família árabe de sua casa em Yaffa

Residentes palestinos protestam contra demolição israelense em Yaffa, 12 de junho de 2020 [Mostafa Alkharouf / Anadolu Agency]

A Amidar, empresa estatal de habitação israelense, ordenou ontem (31) que Rawda Ayesh, cidadã palestina de Israel, deixe sua casa em Yaffa dentro de 20 dias, ao alegar que sua licença expirou há cerca de seis meses, reportou a rede Arab48.

Rawda vive no local junto de seu filho, sua filha e quatro netos há 16 anos, como locatária protegida. A cidadã palestina sofre de problemas de saúde e econômicos.

Grupos e ativistas árabes na cidade iniciaram um protesto sit-in em frente à sua casa, assim que anunciado o despejo, para reivindicar que a decisão seja revogada.

“A prefeitura quebrou sua promessa conosco”, afirmou Rawda, em referência ao compromisso de chegar a um acordo sobre sua casa. “Eram falsas promessas”.

LEIA: Corte israelense congela ordem de despejo de três famílias palestinas em Sheikh Jarrah

Rawda relatou enfrentar um “arsenal econômico” por parte da ocupação: “Os planos da Amidar para me expulsar à força tem objetivos financeiros”.

Em seguida, exortou uma reconciliação justa: “Não quero migalhas, preciso de dinheiro para comprar um nova casas. Quero viver com dignidade com meus filhos e netos”.

Abed Abu Shehadeh, funcionário da prefeitura de Yaffa, comentou o caso: “Esperávamos alcançar um acordo com a Amidar, pensávamos que levaria questões sociais e humanitárias em consideração. Não esperávamos ver uma ordem de despejo tão logo!”

“Rawda está ciente das questões legais sobre sua casa, mas quer uma alternativa segura”, prosseguiu, ao observar que a inquilina não recebeu tais informações ao alugar o imóvel, de modo que a prefeitura é responsável por solucionar o problema.

“Registramos uma moção na Corte Distrital por uma indenização de 5 mil shekels [US$1.560] para deixar a casa”, declarou a advogada Mariam Kabboub. “Rejeitamos a decisão e não aceitaremos menos que uma casa em troca pela evacuação”.

“Então, tivemos de apelar à Suprema Corte, que indeferiu o recurso”, prosseguiu. “Não queremos nada menos que o direito dessa senhora de viver com dignidade em Yaffa”.

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