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China e Rússia devem reconhecer domínio do Talibã no Afeganistão enquanto os EUA fogem

16 de agosto de 2021, às 13h15

Combatentes do Talibã patrulham as ruas de Cabul, em 16 de agosto de 2021 [AFP via Getty Images]

A China e a Rússia devem reconhecer o Afeganistão governado pelo Talibã, já que suas embaixadas permanecem em Cabul, enquanto os Estados Unidos e seus aliados ocidentais evacuam o país. Eles se juntam ao vizinho Paquistão, ao Irã e à Turquia, que está em vias de reconhecer formalmente o Emirado Islâmico do Afeganistão.

De acordo com o South China Morning Post, os dois países não têm planos de deixar o Afeganistão com suas embaixadas abertas. Hoje, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse que Pequim “respeita os desejos e as escolhas do povo afegão” e acrescentou que espera que o Talibã governe o país sob um “governo islâmico aberto e inclusivo”.

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A Rússia, por sua vez, está em contato com as autoridades do Talibã por meio de seu enviado, segundo o representante especial de Moscou no país. “Eles estão conversando em Cabul. Todos os contatos estão sendo feitos lá no momento. A embaixada está lidando com isso”, disse o representante, Zamir Kabulov, à Reuters hoje.

Em nota, o Talibã disse que o grupo garantiu “a todas as embaixadas, centros diplomáticos, instituições, lugares e cidadãos estrangeiros” na capital que eles seriam protegidos.

A Rússia e a China, que mantêm laços diplomáticos com o Talibã há vários anos, também concluíram um exercício militar de uma semana, pela primeira vez usando um sistema de comando e controle conjunto.

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Um comunicado conjunto emitido hoje por mais de 65 países, excluindo China e Rússia, exortou o Talibã a garantir a passagem segura de estrangeiros e afegãos que desejam deixar o país. Já houve relatos de mortes depois que as tropas americanas que supervisionavam a evacuação dos últimos voos para fora do país dispararam para o alto, em meio a cenas caóticas no aeroporto de Cabul.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, fugiu do país após deixar o cargo de líder depois de negociações com o Talibã, que entrou no Palácio Presidencial ontem.