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Egípcios vão às redes sociais para criticar carestia do pão, aprovada por Sisi

Presidente do Egito Abdel Fattah el-Sisi em Bagdá, Iraque, 27 de junho de 2021 [Murtadha Al-Sudani/Agência Anadolu]

Cidadãos egípcios tomaram as redes sociais para criticar a decisão do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi de aumentar o preço do pão subsidiado no país, como parte de uma série de medidas de austeridade tomadas pelo governo.

“É hora do custo do pão aumentar”, declarou Sisi na terça-feira (3), durante a inauguração de uma fábrica de alimentos. “Alguns me dirão para deixar a decisão ao primeiro-ministro, ao ministro da pasta, mas não: farei perante meu país e meu povo”.

A hashtag em árabe “Qualquer coisa menos o pão” viralizou no Twitter na terça e quarta-feira.

Usuários alertaram que a decisão do regime militar deve agravar ainda mais o sofrimento das populações mais vulneráveis do país.

Segundo relatório do orçamento-geral do Egito para o ano fiscal de 2020-2021, o subsídio cobre cerca de 71 milhões de beneficiários, com taxa de cinco pães por dia.

LEIA: Clérigo religioso do Egito confunde o aumento do preço do pão de Sisi com a lei divina

Oficiais da pasta responsável afirmaram estudar o aumento no preço dos derivados de trigo, de modo que uma proposta será apresentada ao conselho ministerial em breve.

Apesar da indignação popular, o Sindicato dos Agricultores e a Divisão de Padarias da Federação de Indústrias do Egito acolheu o anúncio do governo de Sisi, ao descrever a iniciativa como “ousada, embora tardia”.

Em agosto de 2020, o regime egípcio reduziu o peso do pão subsidiado de 110 a 90 gramas, concedido aos beneficiários. Um ano depois, a carestia é imposta à população.

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