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“A presidência da Palestina não tolera nem aceita críticas”, diz Hanan Ashrawi

Hanan Ashrawi, ex-integrante do comitê executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em 28 de setembro de 2012 na cidade de Ramallah, na Cisjordânia [ABBAS MOMANI/AFP/GettyImages].

A antiga integrante do Comitê Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP),  Hanan Ashrawi, declarou que a presidência palestina não tolera nem aceita críticas, apesar de todos os seus poderes.

Em entrevista ao jornal londrino Al-Quds Al-Arabi, a Ashrawi descreveu o discurso político predominante na Palestina como “negativo”, sem uma visão para o futuro ou um caminho para a salvação.

“Uma liderança responsável deve ouvir e analisar bem a fim de fornecer soluções apropriadas”, ela afirma, apelando ao sistema político palestino para se reunir com todas as partes e escutá-las, tomando medidas no local para sair da crise atual. A Ashrawi adverte que caso contrário: “Isso levaria os palestinos ao abismo”.

Um estado de ressentimento, assim como de descontentamento popular, faccioso e internacional, tem prevalecido em toda a Cisjordânia em relação à Autoridade Palestina (AP) após o assassinato do oponente político palestino Nizar Banat.

Comícios, manifestações e protestos em massa foram organizados em várias cidades da Cisjordânia, exigindo a demissão do primeiro-ministro Mohammad Shtayyeh e a saída do presidente da AP, Mahmoud Abbas, bem como a pressão para a realização de eleições presidenciais.

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 Ashrawi previu que alguns “partidos” tirariam vantagem da nova imagem palestina como um regime repressivo que não respeita os direitos humanos, criticando os palestinos e diminuindo o valor de sua causa.

“Não posso mais ver pessoas idosas e mulheres sendo agredidas na frente de seus filhos pelas forças de segurança palestinas mais uma vez”, explica Ashrawi.

“Estamos passando por uma fase perigosa no que diz respeito à redução das liberdades e direitos públicos, incluindo o término do mandato do Conselho Legislativo Palestino por um decreto presidencial, seguido por uma longa série de decretos relacionados ao judiciário para controlá-lo, sem mencionar as tentativas de enfraquecer a sociedade civil palestina, reforçadas pelo adiamento das eleições legislativas”, concluiu Ashrawi.

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