O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) reportou nesta segunda-feira (5) que mais de seis milhões de crianças no Iêmen estão sob risco de perder todo e qualquer acesso à educação devido ao conflito armado no país, que avança a seu sétimo ano.
A agência da ONU reiterou que dois milhões de crianças iemenitas — meninos e meninas — já deixaram a escola devido à miséria e à guerra civil.
Além disso, cerca de 170 mil professores (dois terços do corpo docente do país) não recebem salário de forma regular há mais de quatro anos, devido ao conflito e divisões geopolíticas, resultando no abandono da profissão em busca de outras formas de subsistência.
A evasão profissional impõe risco direto ao ensino de quatro milhões de crianças.
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“O conflito tem um impacto profundo em todos os aspectos da infância, mas o acesso à educação lhes concede uma noção de normalidade, mesmo sob as condições mais precárias, e as protege da exploração”, afirmou Philippe Duamelle, representante da Unicef no Iêmen.
“É por isso que manter as crianças na escola é essencial para o seu futuro e o futuro do país”, prosseguiu Duamelle.
O comunicado da Unicef advertiu ainda sobre a interrupção prolongada das atividades de ensino devido à pandemia de coronavírus, com efeitos duradouros no processo de aprendizado e na segurança física e psicológica de crianças e adolescentes no Iêmen.
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Crianças iemenitas afetadas pela intervenção saudita [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]