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Iminente retirada das tropas americanas da Arábia Saudita ocorre enquanto Washington tenta conter a China

Armas iranianas apreendidas pelas forças sauditas do Iêmen Houthi são apresentadas pelo porta-voz da coalizão coronel Turki bin Saleh al-Malki, (centro-dir) ao general Kenneth F. McKenzie Jr., chefe do Comando Central dos EUA, em 18 de julho de 2019 [Fayez Nureldine/AFP via Getty Images],

O material e a equipe militar dos EUA estão sendo retirados da Arábia Saudita e de vários outros países do Oriente Médio à medida que Washington se aproxima da conclusão de sua revisão global das forças americanas e emite recomendações finais para enfrentar a ameaça da China.

Espera-se que a retirada das forças ocorra durante o verão. Alguns dos recursos militares serão devolvidos aos Estados Unidos para manutenção e reparos, diz a porta-voz do Pentágono Jessica McNulty, enquanto outros recursos serão realocados para outras regiões.

“Esta decisão foi tomada em estreita coordenação com as nações anfitriãs e com um olhar claro na preservação de nossa capacidade de cumprir nossos compromissos de segurança”. Trata-se de manter alguns de nossos ativos de alta demanda, de baixa densidade, para que estejam prontos para futuras exigências no caso de uma contingência”, disse McNulty em uma declaração, acrescentando que o Pentágono não revelaria para onde os ativos militares estariam indo ou quando. Com a retirada coincidindo com a iminente liberação das recomendações da Força Tarefa China do Pentágono, presume-se que os ativos estarão estrategicamente posicionados para enfrentar Pequim.

LEIA: Estados Unidos retiram sistema de mísseis Patriot do Oriente Médio

A saída das forças da Arábia Saudita e dos países vizinhos vem como parte de uma retirada mais ampla no Oriente Médio e em toda a região. No Afeganistão, onde os EUA estão em uma guerra de 20 anos com o Talibã, está previsto completar a retirada de todas as forças antes do aniversário de 20 anos do ataque terrorista de 11 de setembro em Nova York, em 2001. Muitos vêem o que se tornou a guerra mais longa da América em sua história como uma grande derrota, pois o Talibã continua sendo uma grande força política.

“Estas iniciativas, algumas das quais permanecerão classificadas, são projetadas para focalizar processos e procedimentos departamentais e ajudar melhor os líderes do departamento a contribuir para os esforços do governo inteiro para enfrentar o desafio da China”, diz o porta-voz do Pentágono, John Kirby, na semana passada, em uma coletiva de imprensa.

Os EUA aumentaram a presença de suas tropas na Arábia Saudita após o ataque de mísseis às instalações petrolíferas da Aramco em 2019 e para combater a ameaça representada pelo Irã. Após o ataque, duas baterias de mísseis Patriot e um sistema de Defesa Aérea Terminal de Alta Altitude (THAAD) também foram enviados para o reino. A retirada das forças do Oriente Médio afetaria principalmente estes e outros ativos de defesa aérea.

Em março, a Força Tarefa do Pentágono para a China começou a trabalhar na identificação das prioridades do Departamento de Defesa em relação a seu concorrente asiático. Seu relatório, esperado para breve, emitirá recomendações e marcos específicos e acionáveis para enfrentar o desafio chinês.

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