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Hamas aumenta base de apoio na Palestina após ataques de Israel, mostra pesquisa

Yahya Sinwar, líder do Hamas, durante protesto contra os planos de anexação israelenses da Cisjordânia ocupada, na Cidade de Gaza, 1° de julho de 2020 [Mahmud Hams/AFP via Getty Images]

Uma nova pesquisa publicada ontem (16) revelou um aumento drástico no apoio popular ao Hamas, após a brutal ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, no último mês.

Conduzido pelo Centro de Pesquisa Política e Estatística da Palestina, com sede em Ramallah, o estudo entrevistou 1.200 palestinos na Cisjordânia ocupada e Gaza, na última semana.

Cerca de 53% dos entrevistados afirmaram que o Hamas é “mais merecedor de representar e liderar o povo palestino”.

Segundo a pesquisa, a maioria dos palestinos (77%) crê que o Hamas saiu vitorioso após os onze dias de ataques de Israel. Apenas 1% dos entrevistados alegaram êxito israelense; 18% afirmaram que nenhum lado foi bem-sucedido e 2% que ambos os lados venceram.

“As presentes descobertas não são fundamentalmente distintas do que inferimos no passado imediatamente após confrontos similares Hamas-Israel”, observou o centro em seu website.

“Portanto, podem refletir uma reação emocional provisória capaz de reverter-se ao que era antes”, prosseguiu. “A mudança de posturas passionais à situação normal costuma levar de três a seis meses, como vimos em pesquisas anteriores”.

LEIA: A resistência heróica da Palestina sinaliza o fracasso do sionismo

Não obstante, o apoio ao partido Fatah, liderado pelo Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, demonstrou queda. Caso fossem realizadas hoje as eleições presidenciais, Ismail Haniyeh, líder do Hamas, conquistaria 59% dos votos contra 27% de Abbas.

“Claramente, aos olhos do público, o Hamas saiu vencedor”, declarou Khalil Shikaki, diretor do centro de pesquisa. Porém, observou que é possível que o movimento enfrente dificuldades para preservar seus ganhos, dado que pouco influencia na conjuntura em Jerusalém.

Abbas pode reconquistar algum apoio, sugeriu Shikaki, caso demonstre iniciativa, seja ao reformar a Autoridade Palestina — considerada cada vez mais corrupta e autoritária — ou obter algum avanço diplomático, após doze anos de hiato no “processo de paz”.

“Infelizmente, até então, não vemos Abbas tomar uma iniciativa. Não o vemos falar ao público, não possui uma estratégia e sequer um plano. Ao contrário, espera … Não penso que apenas isso vai funcionar, salvo se o Hamas falhar miseravelmente”, concluiu Shikaki.

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