clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Trabalhadores da saúde migram para o setor privado por salários dez vezes maiores do que os do setor público na Argélia

22 de maio de 2021, às 09h22

Funcionários realizam trabalhos de desinfecção como parte das precauções contra coronavírus em Argel, Argélia, em 4 de abril de 2020 [Farouk Batiche/Agência Anadolu]

O professor Rachid Belhadj, diretor de atividades médicas e paramédicas do Hospital Universitário Mustapha Pacha, confirmou na sexta-feira que a migração dos profissionais de saúde para o setor privado se explica pelo fato de os estabelecimentos de saúde privados oferecerem salários dez vezes superiores aos do setor público.

Em entrevista à Rádio Setif, Belhadj confirmou que os baixos salários dos profissionais do setor afetaram negativamente o bom funcionamento do sistema público de saúde, levando os médicos a recorrerem ao setor privado ou a trabalhar no estrangeiro.

Afirmou que existe uma grande vontade dos agentes de saúde do país em melhorar o sistema de saúde, destacando que é necessário melhorar as condições dos trabalhadores do setor. Belhadj pediu uma revisão abrangente da gestão e supervisão do hospital, juntamente com a política salarial.

O professor Belhadj disse nesta segunda-feira que não é possível reabrir as fronteiras a plena capacidade para controlar a situação epidemiológica.

Isso veio em declarações emitidas por Belhadj, que também preside o Sindicato Nacional de Professores e Pesquisadores Universitários, durante sua entrevista no Dhaif Al Sabah.

Ele comentou sobre a decisão de reabrir as fronteiras, afirmando: “Atualmente, o espaço aéreo do país não pode ser totalmente aberto, e a decisão do levantamento parcial foi acertada, especialmente porque o coronavírus ainda está se propagando na Argélia e todos sabem por que entrou em nossa terra natal”.

O diretor das atividades médicas e paramédicas do Hospital Universitário Mustapha Pacha revelou ainda: “A circulação dos viajantes será mantida duplamente segundo um rígido protocolo de saúde que será imposto aos argelinos e aos estrangeiros”, frisando que aqueles que vêm de diferentes regiões do mundo até a Argélia serão obrigados a fazer um teste de PCR.

Por outro lado, Belhadj indicou: “A transmissão do vírus nos aviões é menos grave em comparação com outros meios de transporte e é o melhor método de prevenção em termos de segurança sanitária, pois os aviões possuem ar-condicionado equipado com filtros e são esterilizados automaticamente antes e após voos, o que contribui para reduzir a transmissão da infecção”. Ele acrescentou: “Em um avião, o número de passageiros e a duração do voo são fixos, o que significa que é mais seguro do que um navio”.

Segundo Belhadj, a decisão de abrir as fronteiras é uma boa notícia, pois o número de infecções por coronavírus está diminuindo e a campanha de vacinação tem sido bem-sucedida. Isso levou as autoridades a avançarem para a abertura gradual do espaço aéreo e das fronteiras terrestres.

Sublinhou: “Esta é uma decisão humanitária, planeada e estudada com a aprovação da Comissão Científica”, ao mesmo tempo que apelou aos cidadãos, especialmente os estrangeiros, a terem cuidado e respeitarem as medidas de prevenção.

O professor explicou que até novembro próximo, a crise do coronavírus entraria em seu segundo ano, citando estudos científicos que dizem que os vírus começam a diminuir após dois anos de emergência.

Na noite de domingo, o presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, ordenou a reabertura parcial das fronteiras aéreas, marítimas e terrestres, a partir de 1º de junho.

LEIA: Chefe do Exército da Argélia alerta sobre tentativas de minar a unidade nacional