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Trabalhadores da saúde migram para o setor privado por salários dez vezes maiores do que os do setor público na Argélia

Funcionários realizam trabalhos de desinfecção como parte das precauções contra coronavírus em Argel, Argélia, em 4 de abril de 2020 [Farouk Batiche/Agência Anadolu]
Funcionários realizam trabalhos de desinfecção como parte das precauções contra coronavírus em Argel, Argélia, em 4 de abril de 2020 [Farouk Batiche/Agência Anadolu]

O professor Rachid Belhadj, diretor de atividades médicas e paramédicas do Hospital Universitário Mustapha Pacha, confirmou na sexta-feira que a migração dos profissionais de saúde para o setor privado se explica pelo fato de os estabelecimentos de saúde privados oferecerem salários dez vezes superiores aos do setor público.

Em entrevista à Rádio Setif, Belhadj confirmou que os baixos salários dos profissionais do setor afetaram negativamente o bom funcionamento do sistema público de saúde, levando os médicos a recorrerem ao setor privado ou a trabalhar no estrangeiro.

Afirmou que existe uma grande vontade dos agentes de saúde do país em melhorar o sistema de saúde, destacando que é necessário melhorar as condições dos trabalhadores do setor. Belhadj pediu uma revisão abrangente da gestão e supervisão do hospital, juntamente com a política salarial.

O professor Belhadj disse nesta segunda-feira que não é possível reabrir as fronteiras a plena capacidade para controlar a situação epidemiológica.

Isso veio em declarações emitidas por Belhadj, que também preside o Sindicato Nacional de Professores e Pesquisadores Universitários, durante sua entrevista no Dhaif Al Sabah.

Ele comentou sobre a decisão de reabrir as fronteiras, afirmando: “Atualmente, o espaço aéreo do país não pode ser totalmente aberto, e a decisão do levantamento parcial foi acertada, especialmente porque o coronavírus ainda está se propagando na Argélia e todos sabem por que entrou em nossa terra natal”.

O diretor das atividades médicas e paramédicas do Hospital Universitário Mustapha Pacha revelou ainda: “A circulação dos viajantes será mantida duplamente segundo um rígido protocolo de saúde que será imposto aos argelinos e aos estrangeiros”, frisando que aqueles que vêm de diferentes regiões do mundo até a Argélia serão obrigados a fazer um teste de PCR.

Por outro lado, Belhadj indicou: “A transmissão do vírus nos aviões é menos grave em comparação com outros meios de transporte e é o melhor método de prevenção em termos de segurança sanitária, pois os aviões possuem ar-condicionado equipado com filtros e são esterilizados automaticamente antes e após voos, o que contribui para reduzir a transmissão da infecção”. Ele acrescentou: “Em um avião, o número de passageiros e a duração do voo são fixos, o que significa que é mais seguro do que um navio”.

Segundo Belhadj, a decisão de abrir as fronteiras é uma boa notícia, pois o número de infecções por coronavírus está diminuindo e a campanha de vacinação tem sido bem-sucedida. Isso levou as autoridades a avançarem para a abertura gradual do espaço aéreo e das fronteiras terrestres.

Sublinhou: “Esta é uma decisão humanitária, planeada e estudada com a aprovação da Comissão Científica”, ao mesmo tempo que apelou aos cidadãos, especialmente os estrangeiros, a terem cuidado e respeitarem as medidas de prevenção.

O professor explicou que até novembro próximo, a crise do coronavírus entraria em seu segundo ano, citando estudos científicos que dizem que os vírus começam a diminuir após dois anos de emergência.

Na noite de domingo, o presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, ordenou a reabertura parcial das fronteiras aéreas, marítimas e terrestres, a partir de 1º de junho.

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